Alimentación España , León, Lunes, 10 de octubre de 2011 a las 11:37

Outono muda a cor da Reserva da Biosfera do Vale de Laciana

Região se destaca pela presença de diversas espécies vegetais, bem como do tetraz-cantábrico e do urso pardo

RAG/DICYT A chegada do outono faz com que as diversas árvores de folha caduca que salpicam a Reserva da Biosfera do Vale de Laciana mudem de cor. Nesta estação, entre o quase onipresente verde do verão, aparecem os tons avermelhados adotados pelas cerejeiras, o amarronzado dos carvalhos ou os amarelados das bétulas nas quais habita, entre outras, uma ave tão emblemática como o tetraz-cantábrico. Pouco a pouco, as espécies caducifólias vão perdendo suas folhas até a chegada do branco e longo inverno nesta região norte da província de León.

 

Localizada em Villablino, município de León, a Reserva da Biosfera acolhe florestas mistas que ocupam pouco mais de 15% de seu território, com espécies ribeiras como os salgueiros, os amieiros, as avelaneiras e os álamos, que coabitam com carvalhos, vidoeiros ou faias, sendo estas últimas as mais ocidentais das existentes na Cordilheira Cantábrica. Dentre eles encontram-se outras como o teixo, que conta com exemplares milenares na região, segundo destaca Óscar Liñán, técnico da prefeitura de Laciana responsável por este espaço.

 

As grandes extensões de bosques caducifólios fazem com que a paisagem apresente um aspecto muito distinto nas diferentes estações do ano, e enquanto no inverno as árvores ficam sem folhas e cobertas de neve, na primavera estas brotam e predomina a cor verde. Já no outono estas folhas adquirem diferentes tons, de acordo com a espécie vegetal, o que faz com que o ambiente tenha durante algumas semanas uma rica variedade de cores, antes da chegada do frio.

 

Nestes bosques caducifólios vive o tetraz-cantábrico, singular ave distribuída por diversos pontos da Cordilheira Cantábrica e que conta com o projeto europeu Life+ para sua recuperação. Promover atitudes de restauração e melhoria do hábitat deste animal nas Zonas de Especial Proteção para Aves (ZEPA), reduzir o impacto causado por predadores e outros herbívoros sobre a espécie, desenvolver um programa de criação em cativeiro, reforçar suas populações com exemplares criados desta forma ou conseguir compatibilizar os usos tradicionais nesta região montanhosa com a conservação desta espécie, são alguns objetivos deste projeto.

 

Além da importante presença desta espécie, outro aspecto que a Unesco considerou para conceder o título de Reserva da Biosfera ao Vale de Laciana é a presença de populações de urso pardo, um animal ameaçado da Península Ibérica cuja reprodução na região de León foi detectada de forma freqüente nas últimas décadas, de acordo com o Conselho Municipal de Villablino. Há um plano de recuperaçao em Castela e Leão para o urso pardo.

 

As “brañas”

 

Dentre as atividades tradicionais realizadas no Valle de Laciana está a pecuária. Os pastos distribuem-se pelas partes mais altas das montanhas, que tradicionalmente estavam ocupadas, da primavera até a entrada do outono, pelo gado bovino autóctone ou procedente de outros pontos da Espanha. Ao conjunto destes espaços afastados dos povoados e às construções que surgiram neles se dá o nome de “brañas”, afirmou o técnico, que por sua vez as definiu como patrimônio de autêntico valor ambiental e cultural da Reserva do Vale de Laciana.

“Além de ser regiões de pasto, as “brañas” eram uma espécie de pequenos povoados de verão. No inverno os pecuaristas moravam abaixo, em suas casas, e no verão residiam nas cabanas e currais destas regiões, onde passavam dias com o gado. Neste lugar ocorriam tradições culturais de danças ou reuniões como os ‘calechos’”, afirma.

 

Ainda que estas construções continuem sendo utilizadas para guardar o gado ou o capim, muitas delas hoje são apenas “residência de verão”. “Ainda há muito gado, mas as pessoas que os levam até em cima moram nos povoados. Os pastos ainda são aproveitados, o capim continua sendo guardado nas cabanas, as vacas ainda pastam nos prados, mas não é a mesma coisa de antes”, indica.

 

Como alternativa à pecuária e à característica mineração da região, há anos em crise, encontra-se a estação de esqui Leitariegos, que atrai a 90% dos turistas que passam pela Reserva da Biosfera do Vale de Laciana todos os anos, enfatiza.