Tecnología España , Valladolid, Lunes, 18 de marzo de 2013 a las 14:01

Cartif e Geocisa pesquisam um sistema de inspeção automática de túneis

O objetivo é garantir a segurança do tráfego e ampliar a vida útil destas caras infra-estruturas através de um sistema de conservação preventiva

Cristina G. Pedraz/DICYT Atualmente as inspeções em túneis de estradas e ferrovias são realizadas de forma manual. Um ou vários técnicos passeiam periodicamente pela infra-estrutura tentando localizar deficiências ou falhas, incidências que são anotadas em fichas e, em algumas ocasiões, acompanhadas de fotografias ou imagens termográficas. A fim de implementar tecnologias que permitam realizar estas inspeções de forma automática e conseguir uma manutenção preventiva dos túneis, pesquisadores do centro tecnológico Cartif de Valladolid e da empresa Geocisa iniciam a projeto SITEER.

 

Conforme explicam a DiCYT os pesquisadores do Cartif Fernando Gayubo e David Olmedo, trata-se de um ambicioso projeto inserido na convocatória Innpacto do Ministério de Econômica e Competitividade. Com um orçamento próximo a hum milhão de euros, será desenvolvido nos próximos 42 meses, até o final de 2015.

 

“Estamos em um momento em que é muito importante a conservação e a manutenção para ampliar a vida útil de todas as infra-estruturas, dentre elas os túneis que são estruturas complexas. A segurança neste âmbito é básica e tentamos buscar ferramentas que nos ajudem a reduzir problemas e riscos”, detalham.

 

O projeto surgiu do fato de que as revisões são realizadas de forma visual por técnicos que precisam mover-se a pé pelo túnel, “o que faz com que a inspeção não seja rentável”. “Não são trabalhos automatizados, adquire-se um grande volume de informação que não está bem organizada e que é difícil de tratar, de modo que desenvolver um sistema capaz de organizar estes dados e realizar a inspeção de forma automática possibilita fazer uma manutenção preventiva”, indica.

 

Desta forma, trata-se “de saber qual é o estado atual dos túneis, detectar falhas ou estados deficientes”, de modo que seja possível melhorar a segurança neste tipo de infra-estruturas e aumentar sua vida útil, “reduzindo também os custos econômicos, já que ao fazer uma manutenção preventiva é possível corrigir os defeitos antes de que aumentem e tornem mais caro o processo de reparação”.

 

Termografia e reflectância

 

Para conseguir automatizar este processo, os pesquisadores prevêem combinar e implementar duas técnicas não destrutivas: a termografia (que mede a temperatura de uma superfície a distância através de radiação infravermelha) e a reflectância (que estima a capacidade das superfícies de refletir a luz). “Nenhuma das duas técnicas é inovadora por si mesma, mas sua combinação para solucionar o problema da inspeção de túneis sim”, indicam os pesquisadores. Foram escolhidas estas técnicas, agregam, devido a que já está provada sua viabilidade técnica e têm um custo razoável de aplicação. Ademais, os sócios do consórcio possuem experiência prévia em sua aplicação.

 

O primeiro passo nesse sentido, agregam, será definir até que ponto é possível resolver com estas tecnologias, de forma individual e conjunta, a problemática da revisão dos túneis. Depois, prevê-se implementar estas duas tecnologias em uma única unidade, um dispositivo “que possa catalogar de forma efetiva os defeitos ou os indícios de possíveis defeitos nestas infra-estruturas”.

 

Para testá-las, espera-se realizar um ensaio piloto em um túnel de estrada e a idéia, uma vez desenvolvido o dispositivo, é poder montá-lo em um vagão “e que também possa inspecionar um túnel ferroviários enquanto circula”. Do mesmo modo, afirma, se o sistema resulta efetivo, no futuro concebem a possibilidade de inspecionar também outras infra-estruturas “como condutos de água ou de gás, nos quais tampouco se utiliza a tecnologia atualmente”.

 

Pontos georreferenciados

 

Outro aspecto inovador do projeto SITEER (siglas de Supervisão Inteligente de Túneis através de Estudos de Emissão e Reflectância) radica em que a informação coletada está georreferenciada, isso é, será possível saber as coordenadas exatas de onde se localizam as incidências. Conforme afirmam os pesquisadores, isto representa uma importante vantagem, já que “em uma próxima inspeção é possível saber em que ponto exato foi encontrado um defeito como, por exemplo, uma pequena rachadura ou umidade, e será possível observar sua evolução, de modo que quando aumente se possa interir antes de que ocorra um problema maior”.

 

Cartif e a empresa Geocisa, cuja sede central se localiza em Madri, colaboram há vários anos em diversos projetos de pesquisa no setor de infra-estruturas da construção.