Tecnología España , Salamanca, Viernes, 13 de diciembre de 2013 a las 09:53

Triunfo dos empreendedores que viajam mais

Jesús Merino, de Salamanca, conta dos Estados Unidos sua experiência na empresa espanhola TouristEye, que foi adquirida pela Lonely Planet

José Pichel Andrés/DICYT TouristEye é um aplicativo ideal para viajantes que buscam informação sobre os lugares que visitarão e querem levar seu celular. Possivelmente seus próprios criadores a utilizaram recentemente para saber o que visitar ou onde comer em Nashville (Tennessee, Estados Unidos), para onde acabam de mudar porque sua ‘startup’ foi adquirida pela Lonely Planet, a conhecida guia de viagens multimídia. Uma historia de jovens empreendedores espanhóis capazes de chegar muito longe graças às novas tecnologias.

Um deles é Jesús Merino, nascido em Guijuelo há 31 anos, que acaba de iniciar seu caminho nos Estados Unidos junto ao seus demais companheiros, havendo-se incorporado ao projeto por acaso há três anos. “Conheci a TouristEye como usuário, já que no verão de 2010 fiz uma viaje pela Europa com o InterRail e buscava um aplicativo que tivesse toda a informação da viagem, não queria levar tudo em papel, e encontrei o TouristEye. Gostei dele desde o primeiro momento”, assegura em declarações à DiCYT.

 

“Enquanto estávamos viajando li no Twitter que buscavam um programador web e eu estava procurando trabalho, de modo que lhes enviei meu currículo de um ‘hostel’ de Munich. Um pouco despois de voltar da viagem me ligaram para fazer uma entrevista que foi um sucesso”, explica Jesús Merino, que destaca a “ilusão e a vontade” dos fundadores da empresa (Javier, Ariel e Diego). “A aventura era um pouco arriscada e instável, mas subi ao barco e veja onde chegamos”, indica este salmantino que, ainda que a empresa fosse de Madrid, continuou trabalhando da sua terra.

Onde está a chave do sucesso quando os recursos são limitados? “Ter uma equipe emocionada com o projeto e mantê-la unida”, afirma, destacando que em TouristEye não apenas tem companheiros de trabalho, mas amigos. Em sua opinião, ser uma pequena empresa inclusive é uma vantagem porque permite “ser muito rápidos para tomar decisões e realiza-las”.

Mas se um gigante como Lonely Planet prestou atenção neste projeto foi pela tecnologia desenvolvida na TouristEye. “Lonely Planet se baseia principalmente em guias de viagem de papel e nós a vamos a ajudar a fazer a transição ao mundo digital com a experiência adquirida durante estes anos. Eles têm o conteúdo e nós os conhecimentos para expressar ao máximo esse conteúdo e oferece-lo a nossos usuários da melhor forma: em seus telefones celulares e tablets”, resume.

Primeira etapa em Silicon Valley

De toda esta experiência, Jesús Merino fica com “a sensação de sentir-se pequeno, mas ao mesmo tempo importante quando uma empresa grande bate na sua porta e, principalmente, saber que você está trabalhando para fazer algo útil para as pessoas”. Contudo, em sua trajetória não é a primeira vez que passa pelos Estados Unidos. “Se tivesse que escolher um momento concreto, sem nenhuma duvida seria a viagem a São Francisco no ano passado, foram dois meses em que vivemos em primeira pessoa a ‘aceleração’ de nossa ‘startup’ dentro de Silicon Valley e isso foi uma experiência que não esquecerei nunca”.

Ter sucesso com uma empresa de base tecnológica é um desafio que deve estar apoiado em várias bases. “Uma boa ideia é o melhor começo, mas só com a ideia não se chega a nenhum lugar. Uma vez se tenha claro o que se quer fazer, o importante é saber desenvolve-lo bem: equivocar-se, retificar e tentar, testar e testar, considerando o objetivo final, até que se consiga fazer com que a ideia se torne realidade e funcione”. E para tanto, “é necessário muito trabalho e dedicação”, destaca.

 

Nesta aventura os conhecimentos também exercem seu papel. “Quando se tem uma base, será mais fácil, mas na minha opinião não é o mais importante, porque os conhecimentos são adquiridos durante o caminho e também é possível contratar quem os possui”.

Uma ilha deserta... com conexão a internet

Depois de expandir a empresa de Madrid e, no caso de Jesús Merino, de Salamanca, os membros da TouristEye trabalham agora em Nashville. Apesar de tudo, o jovem salmantino considera que no mundo das novas tecnologias (“ainda se chamam novas?”, pergunta) “é possível triunfar onde quer que seja”, na Espanha, nos Estados Unidos “ou em uma ilha deserta… com conexão a internet, claro”.

E Silicon Valley? “É onde se concentra muita gente importante neste campo, de modo que é possível fazer contatos, mas isso não quer dizer que seja mais fácil triunfar, existe muita mais gente com a qual competir que estará procurando o mesmo que você”. De fato, na Espanha “não é complicado encontrar trabalho” no mundo da informática, apesar da crise econômica.

Os pais de Jesús Merino são donos de um restaurante em Guijuelo e com toda certeza a boa cozinha e o excelente presunto de sua terra serão algo que a América não lhe poderá dar, mas de momento seu futuro está longe. “Esta nova etapa que começamos será muito importante para todos nós e estamos muito motivados em continuar melhorando o TouristEye e em fazer parte da renovação da Lonely Planet”, afirma. Contudo, Jesús Merino continua comprometido com sua pátria mãe, fazendo parte da associação Charrosfera, que incentiva as novas tecnologias em Salamanca.

Apesar de sua experiência, afirma que não pode dar conselhos nem se considera especialista em nada. “O que posso dizer é que se você quer começar alguma coisa, deve dedicar 100% de seu tempo, não valem meios esforços. Ademais, deve acreditar no que faz. Se você não acredita, os clientes e usuários tampouco”, afirma.