Salud España , Salamanca, Miércoles, 23 de marzo de 2011 a las 13:53

Nasce o Instituto de Investigação Biomédica de Salamanca

Junta de Castela e Leão e Universidade de Salamanca impulsionam IBSAL como referência em oncologia, neurociências e pesquisa cardiovascular, além de estar aberto à incorporação de cientistas de prestígio de outras áreas

JPA/DICYT O conselheiro de Saúde Pública da Junta de Castela e Leão, Francisco Javier Álvarez Guisasola, e o reitor da Universidade de Salamanca, Daniel Hernández Ruipérez, firmaram na tarde de segunda-feira, 21 de março, um acordo para a criação do Instituto de Investigação Biomédica de Salamanca (IBSAL), que reunirá a pesquisa na área de saúde realizada em Salamanca nas áreas de oncologia, neurociências e problemas cardiovasculares, apesar de estar aberto a outras áreas. Devido à falta de acreditação por parte do Instituto de Saúde Carlos III, a iniciativa pretende integrar a pesquisa básica de centros como o Instituto de Neurociências de Castela e Leão (Incyl) e o Centro do Câncer (CIC) com a pesquisa clínica desenvolvida no Hospital Universitário e as pesquisas epidemiológicas que podem ser realizadas pelos centros de Atenção Primária à saúde, um trabalho multidisciplinar que procura tornar-se referência internacional.

 

O novo instituto será “dinâmico, aberto e nasce com vontade de incorporar a quantos grupos de pesquisa sanitária o desejarem”, afirmou o reitor em declarações a DiCYT, sempre que se atendam aos requisitos para sua inclusão neste projeto, como a pesquisa em linhas concretas dentro do projeto geral do IBSAL e o aval científico acerca de sua qualidade. O oncologista Jesús San Miguel foi indicado como candidato à direção, mas sua nomeação ainda está por confirmar.

 

Por sua parte, o conselheiro explicou que se trata de um “projeto único em Castela e Leão”, incluído em uma das linhas prioritárias do Instituto de Saúde Carlos III: a criação de institutos de pesquisa que colocam o sistema de saúde em contato com a pesquisa. Neste sentido, o IBSAL não se limitará geograficamente, de acordo com Guisasola, já que pode aglutinar os pesquisadores de Castela e Leão e também colaborar com outras comunidades autônomas, e inclusive com Portugal.

 

Áreas prioritárias

 

Para seu funcionamento, o novo instituto se estrutura em seis áreas prioritárias. Quatro delas serão de caráter vertical: câncer; neurociências; cardiovascular; e uma que engloba doenças infecciosas, inflamatórias, metabólicas e degenerativas. Outras duas áreas são transversais: a terapia celular e a Atenção Primária, saúde e epidemiologia. Ademais, haverá 31 linhas de trabalho e oito plataformas ou serviços científico-técnicos: genômica e proteômica, microscopia, diagnóstico molecular e celular, bioinformática e estatística, desenvolvimento de medicamentos, biobancos, CAIBER (Consórcio de Apoio à Investigação Biomédica em rede) e biotério.

 

Este conjunto permitirá uma pesquisa translacional, isto é, “que as pesquisas realizadas no laboratório sejam levadas à clínica, em benefício dos pacientes”, apontou Guisasola. Ademais, através do novo instituto é possível reunir critérios com relação à realização de ensaios clínicos “em condições estritas e controladas”.

 

Por sua parte, a Atenção Primária terá um papel nos estudos epidemiológicos, sobre a incidência das patologias, uma “atualização sobre a situação das doenças” que pode ser importante na pesquisa em saúde pública.

 

Fundação Farmaindustria

 

Guisasola engatilhou a doação econômica por parte da Fundação Farmaindustria, que aporta 700.000 euros a este projeto que não terá nem sede física nem financiamento no futuro, mas que serão os próprios grupos de pesquisa que terão que consegui-lo através da apresentação de projetos competitivos. No entanto, contar com o aval de qualidade do Instituto de Saúde Carlos III, entidade do Ministério de Ciência e Inovação, conferirá um salto de qualidade na pesquisa de excelência em Biomedicina.

 

Uma das funções do IBSAL será dar entrada na indústria à pesquisa em saúde pública para comercializar o conhecimento que surge dos estudos médicos através de patentes e aplicação dos resultados de pesquisa, como a P&D&I de outros setores que se vê refletida no setor automobilístico, exemplificou o conselheiro. “A pesquisa trabalha para o cidadão, mas também para a indústria”, destacou.

 

Potencial reconhecido

 

Em sua opinião, em Salamanca se dão as circunstâncias mais adequadas para a realização deste projeto, já que a cidade conta com Faculdade de Medicina, um complexo hospitalar, institutos de pesquisa muito reconhecidos e, sobretudo, com pesquisadores de grande prestígio, um ponto que será importante na hora de enfrentar a fase de acreditação por parte do Instituto de Saúde Carlos III. “Existem grupos de pesquisa com um potencial mundialmente reconhecido, especialmente o de seus líderes”, afirmou.