Estudam os fatores que influem nas compras de viagens ‘online’
José Pichel Andrés/DICYT O volume de compras através da internet tem um peso crescente na economia global, mas é particularmente importante para o sector do turismo. A contratação de transportes, hotéis ou pacotes de viagem completos estão entre as operações mais comuns na internet. Por esta razão, o Departamento de Gestão e Economia da Universidade da Beira Interior (DGE, UBI) estudou os fatores que influem nos viajantes ao comprarem ‘online’.
As conclusões deste trabalho, desenvolvido pelos investigadores Suzanne Amaro e Paulo Duarte, constam em um recente artigo publicado na revista científica Tourism Management, que propõe um modelo abrangente para analisar as intenções de compra de viagens. Embora o crescimento desse sector tem atraído a atenção de muitos investigadores nos últimos anos, os estudos que existiam até agora estavam muito fragmentados e muitas vezes os resultados eram até contraditórios.
Além disso, de acordo com a revisão bibliográfica que fizeram os autores deste trabalho, ainda não se teve em conta a influência dos médios sociais, como redes sociais e blogues, e não está claro o papel que podem desempenhar elementos como a confiança ou a perceção de risco no comportamento do consumidor.
Os especialistas da UBI e do Instituto Politécnico de Viseu desenvolveram um modelo a analisar as compras de viagens ‘online’ que consideram “integral”, porque reúne várias abordagens para resolver a questão: a Teoria da Ação Racional, a Teoria do Comportamento Planeado, o Modelo de Aceitação Tecnológica e a Teoria da Difusão de Inovações. Além disso, eles acrescentaram algumas das deficiências identificadas em investigações anteriores, segundo a informação que disponibilizaram para DiCYT.
Inquérito internacional
Para testar este novo modelo, os investigadores organizaram uma investigação em forma de inquérito ‘online’ com 1732 usuários de Internet de todo o mundo, do qual finalmente tiraram as conclusões publicadas. De acordo com os dados, as intenções de compra são determinadas, em primeiro lugar, pela atitude geral para comprar ‘online’, que é influenciada pela perceção relativa das vantagens desta forma de compra e a confiança que gera.
O segundo fator mais importante é a compatibilidade, o descrito na Teoria da Difusão de Inovações como a capacidade de sobreviver com os valores existentes e o sistema social. Finalmente, embora seja já uma prática comum, o risco percebido continua a afetar adversamente a intenção de contratação de viagens ‘online’.
Contrariamente às expectativas dos autores do estudo, as pessoas que mais utilizam médios sociais não têm mais intenção de fazer compras de viagens ‘online’ do que os não-utilizadores. Em todo o caso, este trabalho serve como ponto de partida para a investigação sobre esta questão, que é de máximo interesse para um sector importante da economia.
Referência bibliográfica | |
An integrative model of consumers' intentions to purchase travel ‘online’. Suzanne Amaro, |