Salud México , México, Jueves, 17 de mayo de 2012 a las 10:27

Brotos de soja inibem o câncer de colo do útero

Proteínas desta leguminosa diminuem a expressão dos genes relacionados com o desenvolvimento desta patologia

Agêcia ID/DICYT Pesquisa do Instituto Politécnico Nacional (IPN) demonstra que uma fração da proteína do broto de soja interrompe em até 99% o crescimento de tumores de câncer de colo do útero, sem danificar células sadias.

 

Este trabalho da Escola Nacional de Ciências Biológicas realizado pelas doutoras Rosalva Mora Escobedo, Eva Ramón Gallegos e María del Carmen Robles Ramirez, comprovou em modelos animais (ratos) que o tempo de germinação recomendado para que a proteína da soja tenha efeito sobre tumores de câncer de colo do útero é de seis dias de germinação, período em que a proteína produz o efeito benéfico sobre as protuberâncias, ao ponto de em alguns casos chegarem a degradar-se.

 

As especialistas explicam que a semente, lavada e desinfetada, é colocada de molho para germinar. Após dois dias cresce um centímetro de comprimento, e aos seis dias alcança 15 centímetros; logo deve ser desidratada e, uma vez seca, moída para obter uma farinha na qual se isola a proteína da soja.

 

Com esta proteína o grupo de pesquisa fez bolinhos com os quais alimentou ratos em que se havia induzido previamente o câncer de colo do útero.

 

Após comer a soja germinada a doença sofreu 99% de redução. Sua hipótese é que a leguminosa é uma alternativa para o tratamento desta doença, ainda que não descartem que funciona para outros tipos de câncer.

 

“Nossas linhas de pesquisa enfocam-se em alimentos benéficos à saúde. Especificamente nos centramos na soja porque já tinha antecedentes de propriedades anti-cancerígenas, o que comprovamos em linhas de câncer de colo do útero in vitro e in vivo, com os ratos”, explicou a doutora Mora Escobedo.

 

As pesquisadoras do IPN detalharam que as proteínas da leguminosa diminuem a expressão de seus genes relacionados com o desenvolvimento desta doença, e as células cancerígenas são induzidas à apoptose (morte celular). Ademais, identificaram o possível responsável pela morte: um peptídeo (fração de proteína) que faz parte do broto de soja.

 

Antes de realizar os testes in vivo (com animais de laboratório), testou-se seu efeito em células de câncer de colo do útero (ensaio in vitro).

 

Para este ensaio a proteína do broto de soja foi hidrolisada com enzimas digestivas e logo aplicada em células do câncer de colo do útero humanas. O resultado foi a inibição de seu crescimento, e as células sadias não foram afetadas, de modo que decidiram realizar o experimento in vivo.

 

A importância deste trabalho está no fato da germinação da soja (processo simples e de baixo custo) potencializar o efeito anti-cancerígeno de sua proteína, demonstrado nos testes com células em ratos.

 

“A próxima etapa a ser realizada será provar o efeito do consumo da proteína do broto de soja em humanos. Ainda há um longo caminho pela frente, mas sendo positivo poderemos oferecer às pessoas afetadas por esta doença uma alternativa natural sem efeitos secundários”, concluíram as especialistas do IPN.