Ciencia México Monterrey, Nuevo León, Jueves, 26 de julio de 2012 a las 14:09

Alunos desenvolvem um dispositivo para realizar terapia em crianças com autismo

“Abby” é um dispositivo que responde à necessidade das pessoas com autismo de associar um objeto ou símbolo através de um estímulo visual

JST-Tec de Monterrey/DICYT Como parte de sua formação acadêmica, alunos do curso de Engenharia e Tecnologia Eletrônica (ITE) do Tecnológico de Monterrey, Campus Guadalajara, desenvolveram “Abby”, um projeto iniciado em sala de aula e que em maio obteve o terceiro lugar na categoria de “Conceito” do Primeiro ExpoFórum de Tecnologia para pessoas com deficiência, organizado pelo Governo de Jalisco.

 

O aparelho contribui para aprender nomes dos elementos do meio, proporcionando experiências educativas assertivas para o usuário, e baseia-se no reforço de habilidades básicas, o que ajuda a assimilar os conceitos das coisas.

 

“Abby” é um jogo eletrônico com botões e tela, som e iluminação. Possui 12 botões intercambiáveis e livrarias temáticas que mudam a dinâmica do jogo e da retroalimentação. Serve de base para a aprendizagem de conceitos associados para que a pessoa compreenda e relacione uma imagem com o botão.

 

Isso se deve a que o dispositivo responde a uma necessidade das pessoas com autismo de associar um objeto ou símbolo, através de um estímulo visual. Assim, aprendem de maneira assertiva a relação entre imagens, sons, botões e seu significado.

 

Projeto acadêmico

 

“Abby” foi desenhado na matéria de Projetos integradores de tecnologias digitais, quando um grupo de seis estudantes do quarto semestre precisavam construir um dispositivo eletrônico aplicando seus conhecimentos e decidiram fazer algo que ajudasse às pessoas.

 

Assim, contataram a Fundação HACE, enfocada em melhorar a qualidade de vida de pessoas com autismo, e surgiu “Abby”, cujo nome se deve à técnica de Análise de Conduta Aplicada (ABA, em inglês) para pessoas com essa doença. As vantagens fundamentais dessa ferramenta são:

 

  • Versatilidade: tem livrarias temáticas intercambiáveis que automaticamente renovam a informação, o que permite lidar sempre com conceitos novos. Em um pen drive é possível ter todas as livrarias.
  • Baixo custo: Nos Estados Unidos as pessoas pagam até 3 mil dólares por mês pela terapia ABA. O projeto Abby, em sua etapa protótipo, teve um custo próximo a mil pesos e pode ser usado sem a ajuda de especialistas.
  • Materiais resistentes: As crianças autistas precisam do estímulo mecânico de pressionar o botão e experimentar uma resposta. Assim, incluíram uma base resistente e os botões têm molas e luz.

 

“Está desenvolvido para ser resistente e de baixo custo. Se a criança brinca, resiste e não se rompe e, ainda que isso aconteça, não representará um grande gasto, além de ter a flexibilidade das livrarias e de oferecer atualizações”, comentou José Manuel Beltrán, uma dos alunos participantes da equipe.

 

Também tem operação multifuncional. Para realizar um desenho útil, os alunos assistiram sessões da fundação HACE. No entanto, na exposição receberam retroalimentação e poderia servir também para pessoas com paralisia cerebral e outras deficiências, educação especial ou estimulação prematura.

 

Conhecer o usuário

 

Os universitários observaram crianças autistas e tiveram várias conversas com as terapeutas da HACE. Sobre esta experiência, José Ávila, também aluno do Campus Guadalajara, expressou: “foi muito útil, além de aprendermos coisas com as quais não tínhamos trabalhado. Ademais, aprendemos sobre as crianças com autismo; acredito que fazer um projeto assim é muito mais válido do que realizar um apenas com fins escolares”.

 

Ao fim do projeto chegaram a diferentes conclusões como evitar a retroalimentação negativa e formas específicas de botões, e que a voz escutada no dispositivo deve ser de alguém que conheçam. A terapeuta grava sua voz dizendo os elementos da livraria para que o som seja familiar. Está personalizado a este nível, realmente adaptado ao usuário.

 

“O mais importante que aprendemos de tudo isso é que nosso conhecimento, aplicado ao que outros necessitam, é um tesouro”, afirmou Arturo Hernández. Agregou que quando começaram “Abby” não pensavam que fosse ser tão complicado, mas foi bom saber que o que estão aprendendo pode ser aplicado e que para os usuários do dispositivo este projeto pode ser algo maravilhoso.

 

Atualmente tem-se o protótipo. Falta desenvolver a parte do pen drive e desenho exterior. Os alunos pretendem continuar trabalhando no aparelho durante seu curso para depois considerar apresentá-lo à Incubadora de Empresas do Campus Guadalajara.

 

Participaram no projeto “Abby” José Manuel Beltrán Loreto, José Kaled Ávila Name, Miguel Alejandro Alvarado Vázquez Mellado, Arturo Hernández Martínez, María Dolores Elías Contreras e José Luis Valera Lizárraga, alunos do curso de Engenharia em Tecnologia Eletrônica (ITE), orientados pela professora Yolanda Cham.