Universidade de São Paulo é líder no número de publicações cientificas na Ibero-América
José Pichel Andrés/DICYT A Universidade de São Paulo é a instituição de educação superior com mais publicações científicas em revistas científicas de todos os países da Ibero-América, de acordo com os dados do ranking Ibero-Americano SIR 2012, um relatório elaborado pelo grupo de pesquisa Scimago. A Universidade Autônoma do México (UNAM) ocupa a segunda posição dentro de uma lista na qual se destaca a presença de universidades espanholas dentre as 100 primeiras instituições acadêmicas.
Após analisar toda a produção científica dos anos 2006-2010 presente na base de dados Scopus, elaborada por Elsevier, a Universidade de São Paulo contabiliza 44.610 documentos, acima dos 18.350 da UNAM. Em terceiro lugar está outra instituição do estado paulista, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que chega a 16.154. O quarto lugar é da Universidade de Barcelona (Espanha), com 15.290; e o quinto da Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita. Isso indica que, dentre as cinco primeiras instituições acadêmicas por volume de produção, existem três do Estado de São Paulo.
Neste ranking se destaca a Espanha, que tem 43 universidades dentre as 100 primeiras, seguida por Brasil (29) e Portugal (8). No entanto, no conjunto de todas as instituições acadêmicas incluídas no estudo pelo registro de publicações neste período, que totalizam 1.401 de 44 países, encabeça a ordem Brasil (370), seguido por México (269), Colombia (113), Espanha (93) e Argentina (91).
Este relatório Ibero-Americano inclui todos os países da América Latina e do Caribe, além da Espanha e Portugal. Na lista global por número de aparições em revistas científicas os países com mais população e maior número de universidades têm mais peso. No entanto, também foram reunidos outros parâmetros que ajudam a identificar a qualidade da pesquisa realizada nas universidades.
Qualidade científica
Um dos indicadores é a Qualidade Científica Média, que elimina a influência do tamanho e do perfil temático da instituição, fixando-se nas citações que recebem os artigos científicos publicados por cada centro de pesquisa. Esta parte não está relacionada com a quantidade total de publicações e, de fato, as três primeiras classificadas são citadas 20% menos que a média mundial. Por outro lado, dentre as 100 primeiras a mais destacada é a Universidade de Barcelona, com 50% mais citações que a média mundial. As citações de uma publicação científica em outros trabalhos são uma referência de qualidade muito importante para a comunidade científica, porque dão uma idéia do impacto que teve uma pesquisa ao ser referência para outros especialistas.
Outro índice semelhante, mas que busca medir somente a produção de alta qualidade, é o Ratio Excelencia, que é a porcentagem de publicações de uma instituição que está dentre 10% dos trabalhos mais citados no mundo em seus respectivos campos científicos. Aqui se destaca entre as 100 primeiras a Universidade Pompeu Fabra (Espanha), com 20,9% de trabalhos.
Além das citações, outra maneira de medir a qualidade das pesquisas é analisar em quais revistas foram publicadas. As revistas estão ordenadas em classificações de acordo com sua importância e as melhores ocupam o que se denomina primeiro quartil, isso é, estão no primeiro quarto de uma lista. Neste indicador, dentre as 100 instituições Ibero-Americanas que mais publicam, destacam-se outra vez as espanholas: Universidade de Barcelona (62% de publicações no primeiro quarto), Universidade Pompeu Fabra (60,7%) e Universidade de Córdoba (60%). Neste caso, para classificar as revistas se considerou o indicador SJR, que mede a influência ou prestígio científico das revistas através da análise da quantidade e procedência das citações que recebe uma revista científica.
Colaborações internacionais
Outro indicador de qualidade são as colaborações científicas internacionais, medidas pelo número de publicações científicas de uma instituição elaboradas conjuntamente com outros países. Nesta parte se destaca a Universidade do Uruguay, porque mais de 62% de suas publicações estão assinadas também por cientistas de outros países. Dentre as 100 primeiras universidades por número total de artigos científicos, também superam 50% dos trabalhos baseados em colaborações internacionais a Universidade de Porto Rico, a Universidade de Concepción (Chile), a Universidade de Los Andes (Colombia) e a Universidade de Lisboa (Portugal).