Salud España , Salamanca, Lunes, 24 de octubre de 2011 a las 15:15

Terapia celular evita amputações em pacientes diabéticos com isquemias crônicas

Hospital Universitário de Salamanca apresenta os resultados de uma pesquisa na “VI Reunião Nacional da Seção de Pé Diabético da Sociedade Espanhola de Angiologia e Cirurgia Vascular”

JPA/DICYT Uma das conseqüências mais graves da diabete pode ser a infecção conhecida como pé diabético, que nos casos mais extremos resulta na amputação das extremidades inferiores, sobretudo quando se produz uma isquemia crônica, isso é, um déficit na irrigação sangüínea. Cientistas do Hospital Universitário de Salamanca desenvolveram uma pesquisa que utiliza células-tronco adultas, que está dando bons resultados porque recupera a circulação sangüínea nesta região. Os resultados desta terapia celular foram apresentados na “VI Reunião Nacional da Seção de Pé Diabético da Sociedade Espanhola de Angiologia e Cirurgia Vascular (SEACV)”, que ocorreu nos dias 20 e 21 de outubro em Málaga.

 

“A isquemia crônica ou déficit na irrigação sangüínea nas extremidades inferiores afeta de 3 a 5% dos homens com mais de 60 anos, e sua complicação é uma das razões da amputação”, afirma o professor Francisco Lozano, presidente da SEACV, pesquisador da Universidade de Salamanca e chefe do Serviço de Angiologia e Cirurgia Vascular do Hospital Universitário de Salamanca em declarações à Planner Media, colhidas por DiCYT. “Até agora a simpatectomia lombar e a estimulação medular foram os tratamentos clássicos para evitar a amputação nesta complicação em diabéticos, mas comprovou-se que a terapia celular também é um alternativa segura e eficaz a ser considerada”, assegura.

 

O estudo, desenvolvido no Hospital Universitário de Salamanca, revelou que o implante de células AC133+ provenientes do próprio indivíduos promovem a revascularização dos membros inferiores em pacientes com isquemia critica. “Trata-se de um método simples, já que a terapia celular é administrada por meio de 10 injeções intramusculares na extremidade afetada, em uma profundidade de 1,5 centímetros”, afirma o especialista. “A perna não tratada serve como controle para comparar a situação prévia e o possível benefício obtido com a mobilização destas células ao sangue periférico”.

 

O uso da terapia celular é cada vez mais amplo. O objetivo principal deste processo é, sobretudo, regenerativo, reparador ou imunomodulador. As células AC133+, obtidas da medula óssea, possuem grande capacidade de angiogênese, isso é, de formar novos vasos sangüíneos e, por sua vez, são ricas em progenitores endoteliais, características que os tornam ideais para esta terapia. “Ainda que se tenha demonstrado a efetividade desta técnica, precisamos aprofundar mais neste sentido, buscando o melhor mecanismo de ação e novos modelos celulares, bem como pesquisar acerca das vias de administração mais adequadas e se são mais benéficas as doses únicas ou as seqüenciais”, comenta o doutor Lozano. “Atualmente estamos muito positivos e otimistas, já que graças à terapia celular foram evitadas amputações em pacientes com isquemia”, afirma.

 

Estima-se que 6% da população espanhola sofre de diabete, doença cuja prevalência está aumentando nos últimos anos e que representa não só um problema para o próprio doente e seu ambiente, mas também para o setor sócio-sanitário e econômico, diante de sua cronicidade e complicações. A infecção do pé é uma das doenças mais comuns derivadas da diabete. De fato, em 25% dos diabéticos que entram em um centro hospitalar com uma infecção, esta se encontra nas extremidades inferiores. Por esta razão é necessário contar com equipes multidisciplinares que permitam abordagens cada vez mais precisas e completas, e a inclusão paulatina de novas terapias.

 

Assim, a Seção de Pé Diabético da Sociedade Espanhola de Angiologia e Cirurgia Vascular (SEACV) reuniu em Málaga profissionais especializados nesta patologia na VI Reunião Nacional da Seção de Pé Diabético. O objetivo desta importante jornada foi compartilhar os últimos progressos sobre o diagnóstico e tratamento da doença, para assim melhorar a qualidade de vida do paciente.