Projeto europeu a programar uma agenda rural de educação para o desenvolvimento
Cristina G. Pedraz/DICYT A ‘Diputación’ (Conselho) Provincial de Valladolid (Espanha), em colaboração com o Observatório de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento da Universidade de Valladolid (UVA), coordena um projeto europeu denominado ‘Rural DEAR Agenda (Development, Education and Awareness Raising)’, cujo objetivo final é melhorar a planificação das estratégias em educação para o desenvolvimento nas zonas rurais.
O projeto prevê a elaboração de uma agenda ou programação rural de educação para o desenvolvimento na Europa e será executado simultaneamente em sete municípios, províncias e regiões da Europa: Valladolid (Espanha), Idalion (Chipre), Vratsa (Bulgária), Tessalónica (Grécia), Malta, Zgiergz (Polónia) e Molise (Itália). A iniciativa, que tem um orçamento de 1.800.000 euros financiados em 85% pela União Europeia, começou no passado mês de janeiro e terá uma duração de três anos.
A origem do projeto surgiu há cinco anos, quando a Área de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento da Universidade de Valladolid observou a existência de múltiplas atividades de educação para o desenvolvimento destinadas a diferentes públicos a nível local, regional e nacional, organizadas pelas administrações, pelas ONG de Desenvolvimento (ONGD) e por outras organizações, mas sem uma estratégia comum.
“Há um conjunto de atividades para educar as pessoas sobre o problema do desenvolvimento a nível global onde estão envolvidos muitos atores, mas não respondem a um plano estruturado de educação para o desenvolvimento. Assim, considerámos como desenvolver uma estratégia comum, e a primeira coisa a fazer era uma avaliação de qual o conhecimento que a população tem sobre questões de educação para o desenvolvimento, que sensibilidade há ou o que deveria saber”, explica Luis Javier Miguel, responsável pelo Observatório.
Com o financiamento obtido de um projeto nacional (espanhol), o grupo fez este diagnóstico na região de Castilla y León, cujo resultado foi publicado em 2012 no livro ‘Observatorio sobre la educación para el desarrollo’ (“Observatório sobre a educação para o desenvolvimento”), que é “um retrato de como está a educação para o desenvolvimento na comunidade sob diferentes pontos de vista”.
Este é um dos estudos mais abrangentes efetuados a nível nacional sobre a situação da educação para o desenvolvimento. Nele foi analisado o trabalho das instituições (Junta de Castilla y León, conselhos provinciais e municipais), das instituições de ensino (escolas de ensino básico e secundário, universidades), das organizações não-governamentais e de outros atores como sindicatos ou associações de vários tipos.
Também foi investigada a opinião pública em torno da educação para o desenvolvimento através de grupos focais (organizados por províncias, por idade, por nível de educação, etc.) e de inquéritos à população (em todas as províncias e em algumas escolas). Além disso, foi analisada a visibilidade da educação para o desenvolvimento nos média e livros escolares, principalmente de ensino secundário. Finalmente, examinaram as campanhas e materiais didáticos desenhados pelas ONG para conhecer aspectos como os fatores de impacto ou o tipo de informação que transmitem.
Projeto europeu
Depois de realizar esta análise, o objetivo do Observatório era contribuir para programar um plano estratégico sobre educação para o desenvolvimento em Castilla y León, mas o projeto concluiu e não pôde ser renovada a sua continuidade. “Então determinamos pedir um projeto europeu e transferir essa abordagem para a Europa. Entrámos em contacto com vários parceiros para realizar o diagnóstico inicial com as diretrizes que nós tínhamos seguido e apresentámos-lhes a ideia. Neste caso, o objetivo final é criar agendas de educação para o desenvolvimento nas zonas rurais europeias, tomando como referência sete zonas, e desenvolver estratégias a poderem ser extrapoladas e posteriormente utilizadas como referência no resto da Europa”, lembra Luis Javier Miguel.
O Conselho Provincial de Valladolid é o coordenador administrativo, enquanto o Observatório de Cooperação da UVA atua como coordenador técnico do projeto. “Vamos repetir o estudo diagnóstico que tínhamos realizado em Castilla y León em uma forma simplificada nas sete áreas rurais do projeto. Com essa informação, vamos criar um primeiro projeto de agenda e faremos um teste piloto para ver como funciona. Com essa experiência, começaremos a desenvolver uma programação final para cada uma das sete áreas e extrapolaremos um modelo de agenda geral que poderá ser útil em todas as regiões europeias”, conclui.