Salud España , Valladolid, Viernes, 11 de noviembre de 2011 a las 15:52

Pesquisa-se películas a base de ácido hialurônico para liberar de modo controlado medicamentos oculares

Doutorando do Plapiqui-Conicet (Planta Piloto de Engenharia Química), da Argentina, desenvolve este projeto no IOBA de Valladolid

Cristina G. Pedraz/DICYT Em qualquer doença ocular que demande a administração de medicamentos de forma contínua normalmente, depois de um tempo, o paciente acaba se cansando e esquecendo do seu tratamento. Desse modo, obter sistemas capazes de atuar no lugar do paciente e que permitam a liberação controlada do medicamento é de grande importância. Javier Calles, pesquisador do departamento de Biologia, Bioquímica e Farmácia da Universidade Nacional do Sul e doutorado na Planta Piloto de Engenharia Química Plapiqui-Conicet, da Argentina, trabalha no desenvolvimento de películas feitas a partir do ácido hialurônico como sistema de liberação controlada de medicamentos oculares.

 

Como explicou a DiCYT o pesquisador, que possui uma bolsa Erasmus Mundus no Instituto de Oftalmologia Aplicada (IOBA) de Valladolid, no qual desenvolve parte de sua tese, o projeto surgiu no Papliqui, “um instituto dependente do Conicet (Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas) e da Universidade Nacional do Sul, no qual foram realizadas pesquisas em polímeros no âmbito da petroquímica, influenciadas pela presença de indústrias desse setor na Bahía Blanca”, umas das cidades mais importantes da província de Buenos Aires.

 

O Grupo de Polímeros do Papliqui decidiu abrir novas linhas de pesquisa no âmbito farmacêutico, dentro do qual a tese de Javier Calles “baseia-se principalmente em modificar estruturalmente polímeros de origem natural, mudar sua estrutura química para torná-los aptos como um sistema portador de qualquer medicamento e, neste caso, vinculá-lo a um dispositivo que pode ser utilizado de forma tópica no olho”.

Estando no âmbito biomédico, agrega, surgiu a necessidade de testar o desenvolvimento, de modo que entraram em contato com o IOBA e, concretamente, com a pesquisadora do Grupo de Superfície Ocular Yolanda Diebold. Desde sua chega ao Instituto em junho, Javier Calles afirma que os avanços foram importantes. “Fizemos coisas que antes eram complicadas de realizar-se ali, já que ao ser um centro de engenheiros químicos o Papliqui não está preparado para trabalhar com material biológico”.


Desenvolvimento de uma matriz estável

 

O projeto consiste em desenvolver uma fina película a partir de ácido hialurônico capaz de conter um medicamento. “O ácido hialurônico é em si uma molécula muito boa, já que é biocompatível, biodegradável e cumpre com uma série de requisitos que facilitam a elaboração de fórmulas”, explica o pesquisador, que enfatiza que o problema “é que é um pouco instável em contato com tecidos e se dissolve facilmente”. Este aspecto influi negativamente no objetivo final do desenvolvimento, a liberação progressiva de um medicamento, já que “o hialurônico se dissolve rápido e libera a droga de forma quase imediata”.

 

Deste modo, o trabalho iniciado pretende incrementar a “robustez” do material, de modo que se realizaram reações químicas de entrecruzamento. “Enlaça-se quimicamente o polímero hialurônico entre si a fim de conseguir uma rede verdadeiramente ligada, o que possibilita que a matriz seja mais estável e que se comporte melhor na presença de um tecido, e agora esperamos que seja capaz de reter medicamentos e liberá-los”, afirma o pesquisador, que assegura que ainda há muito trabalho a ser feito.

 

“No momento possuímos um sistema que é biocompatível, já o modificamos para que fosse mais robusto e sabemos que é estável, mas ainda falta analisar sua capacidade para liberar um medicamento, que é o que vamos tentar comprovar no tempo que ainda me resta no IOBA”, afirma. Após realizar estudos “in vitro” nos quais evidenciou a adesão da película a um modelo de substrato biológico, o objetivo agora é determinar seu comportamento “in vivo”.

 

Aplicações

 

Quanto às possíveis aplicações deste desenvolvimento inovador, Javier Calles afirma que a plataforma não foi desenhada para um medicamento específico, mas que poderia suportar “qualquer tratamento”. Uma vez cumprida sua função, afirma, a película começaria a degradar-se, ao ser de um material biodegradável ou, segundo o caso, “poderia despregar-se”, ainda que “estejamos longe de conseguí-lo”. No entanto, os resultados objetivos até o momentos serão apresentados no “Internaticonal Symposium on Ocular Pharmacology and Therapeutics”, que será realizado em Viena (Austria) de 1 a 4 de dezembro.