Medio Ambiente España , Palencia, Martes, 18 de septiembre de 2012 a las 13:01

Pesquisa analisa como era o clima da Península Ibérica há 6.000 anos

O trabalho, desenvolvido pela engenheira colombiana María Fernanda Jiménez, aponta que o clima era mais úmido e com invernos mais cálidos que os atuais.

Cristina G. Pedraz/DICYT Conhecer a história do meio ambiente permite aos expertos preparar possíveis cenários futuros com uma base mais sólida, assim como tomar as melhores decisões na gestão dos bosques e recursos que temos agora. Esta é uma das razões que levaram à engenheira florestal da Universidade Distrital Francisco José de Caldas (Colômbia) María Fernanda Jiménez a estudar o clima da Península Ibérica há 6.000 anos. Jiménez, aluna do Mestrado Erasmus Mundus em Conservação e Uso Sustentável de Sistemas Florestais da Universidade de Valladolid, coordenado pelo Instituto Universitário de Gestão Florestal Sustentável de Palencia, aponta que os resultados obtidos “concordam com algumas pesquisas que propõem um clima mais cálido e úmido no hemisfério norte nesse período”.


O trabalho, iniciado há cerca de um ano e meio, teve como objetivo principal projetar para o holoceno médio (6.000 anos atrás) o modelo fitoclimático para a Espanha peninsular desenvolvido em 2010 pelo investigador da Universidade de Valladolid Julián Gonzalo, usando para isso um modelo climático denominado UBRIS-HadCM3M2, e validar essa projeção com dados de jazidas paleobotânicas.


“Julián Gonzalo, meu diretor de tese, havia centrado seu doutorado na construção de um novo modelo fitoclimático para a Espanha peninsular e o desenvolvimento do tema permitiria aprofundar a investigação de cenários de mudanças climáticas, tendo uma perspectiva no passado da relação entre o clima e a distribuição das espécies florestais registradas em jazidas paleobotânicas”, explica a pesquisadora.


Conforme acrescenta, a reconstrução de feitos, comportamentos e distribuições em épocas passadas permite aos pesquisadores reconhecer as interações mais influentes para a persistência das espécies em um meio, e, além disso, dá a oportunidade de relacionar paralelamente fenômenos de incursão de novas espécies na Península que estão relacionadas com as primeiras populações neolíticas e a extensa história de intervenção humana na Europa.


Fases do trabalho


Quanto às distintas fases do desenvolvimento do trabalho, María Fernanda Jiménez detalha que, em primeiro lugar, descarregaram-se as variáveis a serem trabalhadas do modelo climático, analisou-se a qualidade dos dados, filtrando as variáveis mais adequadas para o trabalho. Para encurtar a pesquisa, acrescenta, decidiu-se trabalhar com fatores fitoclimáticos como variáveis dependentes (temperatura média mensal mais baixa, precipitação mensal do mês mais cálido e precipitação invernal). “Desta maneira, foram gerados três modelos a partir dos resultados obtidos por Julián Gonzalo”, aponta. Uma vez obtidos e corrigidos os modelos para as variáveis no presente (a partir dos dados de 1950), compararam-se os três modelos com os dados estimados para o holoceno médio, gerando assim dados dos fatores fitoclimáticos de 6.000 anos atrás.


“Estes fatores fitoclimáticos são considerados determinantes para conhecer a presença ou ausência de espécies, ou seja, estão relacionados com as condições mais extremas nas que podem se desenvolver a vegetação, neste caso de tipo florestal’”, determina. Estes novos fatores foram gerados para pontos cada 10 quilômetros em todo território peninsular espanhol, pelo que foi gerado um volume importante de dados que foram discriminados. “Ao aplicar os modelos discriminantes pôde-se classificar cada ponto de informação em um subtipo fitoclimático, que está caracterizado pela presença de diferentes espécies, e as espécies encontradas nas jazidas paleobotânicas foram contrastadas com a nova classificação contrastando com a presença ou ausência”, conclui.


Ambiente mais homogêneo


Em relação aos resultados obtidos na pesquisa, sugerem “que o holoceno médio pôde proporcionar um ambiente mais homogêneo no território Espanhol, influenciando a distribuição de espécies pela característica de sua condição climática”. Além disso, ressalta a pesquisadora, a distribuição atual das espécies florestais está “fortemente influenciada” pela intervenção do homem desde aquela época, aproximadamente. Da mesma forma, outras pesquisas sugerem “que por volta dessa época ocorreu uma mudança na órbita do planeta que pôde influenciar o comportamento do clima”.