Salud España , Salamanca, Miércoles, 27 de febrero de 2013 a las 13:13

Patarroyo tentará testar em humanos no próximo ano sua nova vacina contra a malária

Cientista colombiano visitou a Universidade de Salamanca, com a qual desenvolve projetos de pesquisa comuns

JPA/DICYT Manuel Elkin Patarroyo, cientista colombiano que desenvolveu há 25 anos a primeira vacina sintética contra a malária, continua trabalhando nesta linha com um novo protótipo da vacina que melhora sua eficácia até chegar a uma proteção superior a 90% em macacos. O objetivo do pesquisador, que ofereceu hoje na Universidade de Salamanca uma conferência sobre seu trabalho, é testar ao longo do próximo ano a nova vacina em humanos.

 

O cientista colombiano lembra que este projeto tem um trajetória de 33 anos e responde a “um programa do qual nunca se desviou”. Se os resultados não foram definitivos, é porque “não se trata de um problema fácil, perseguimos um conceito, conseguir um método para desenvolver qualquer vacina química”, indicou em declarações à DiCYT. Neste sentido, esclarece que nunca existirá uma vacina universal, e sim “um método universal de fazer vacinas”.

 

A primeira vacina sintética contra a malária conseguiu uma capacidade de proteção de 35 a 40%, que ainda não foi superada. Agora, uma nova abordagem da vacina obteve melhores resultados em macacos, o que é uma garantia para demonstrar sua eficácia em humanos, segundo Patarroyo, que afirma que se tentou desenvolver sem sucesso até 127 vacinas contra a malária. Uma das experiências mais recentes foi a do espanhol Pedro Alonso, que conseguiu uma proteção que apenas superou 30% em crianças africanas de poucas semanas. Assim, o imunologista defendeu o “filtro” de realizar primeiro testes com macacos.

 

No entanto, as pesquisas de Patarroyo com macacos estão paralisadas neste momento, devido a que grupos de ecologistas acusaram sua equipe de pesquisa de traficar com macacos na fronteira entre a Colômbia e o Peru no Amazonas para realizar seus experimentos, acusações que o cientista qualifica de absurdas e incongruentes. Ademais, deixou claro que os testes são realizados sem maltrato, porque os animais não morrem.

 

Outra dificuldade a ser enfrentada pela equipe de Manuel Elkin Patarroy é o financiamento, já que o governo colombiano já não aporta fundos à pesquisa, de modo que a Espanha foi seu principal suporte através de organismos com a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Aecid). “A Espanha nos deu a mão em uma situação crítica”, agradeceu.

 

Alta mortalidade

 

De acordo com os dados de Patarroyo, a malária causa um milhão de mortes por ano em todo o mundo. Enquanto em algumas áreas parece diminuir, em outras aumenta e inclusive em lugares em que se acreditava que estava erradicada, como na Europa, voltam a surgir casos autóctones, segundo os especialistas. Isto pode estar relacionado com o aquecimento global, já que a malária é uma doença produzida por parasitas do gênero Plasmodium cujo vetor de transmissão são mosquitos do gênero Anopheles que podem estar modificando seus hábitats.

 

Isso indica que existe a possibilidade de que se tenha que aplicar a vacina contra a doença a bilhões de pessoas, mas Patarroyo insistiu que seu objetivo é fazer com que esteja disponível de forma gratuita, sem passar pelas mãos de grandes companhias farmacêuticas, e estimou que seu custo estaria em torno de 10 centavos de euro.

 

Manuel Elkin Patarroyo explicou estes detalhes em uma conferência oferecida na Faculdade de Farmácia da Universidade de Salamanca, instituição com a qual mantém colaborações há anos. Atualmente os projetos conjuntos canalizam-se através de seu filho, Manuel Alonso Patarroyo, que trabalha também em outras pesquisas sobre hepatite e tuberculose. “Garante a continuidade da idéia, trabalha comigo desde pequeno, de modo que existe uma nova geração que pode continuar com o projeto”, afirma.

 

Especificamente, a Universidade de Salamanca pesquisa a fascilose ou fasciolíase, doença provocada pelo parasita Fasciola hepatica. Este trabalho, encabeçado pelo decano da Faculdade de Farmácia, Antonio Muro, e desenvolvido pelo pesquisador José Vicente Rojas, está dando resultados tão “interessantes”, segundo os especialistas, que foi objeto de uma solicitação de patente.