Salud España , Salamanca, Miércoles, 20 de febrero de 2013 a las 14:41

Modelos de ratos fiáveis para testar estratégias contra o câncer de pulmão

Um pesquisador do CNIO explica em Salamanca estratégias para inibir o oncogene K-Ras, decisivo no surgimento de alguns tipos de câncer

JPA/DICYT Como membro da equipe de Mariano Barbacid, do Centro Nacional de Investigações Oncológicas (CNIO), David Santamaría é especialista em oncogenes, isso é, genes considerados responsáveis pelo começo de um tumor. Especificamente, este pesquisador estuda como inibir a proteína K-Ras no câncer de pulmão e um de seus objetivos é conseguir modelos de ratos que desenvolvam a doença com maior semelhança aos seres humanos, segundo explicou no dia 18 de fevereiro em Salamanca.

 

Seu trabalho consiste em “encontrar e identificar alvos terapêuticos para tratar alguns tipos de câncer cujo nexo comum é que se desenvolve a partir do oncogene K-Ras”, declarou à DiCYT antes de dar um seminário de pesquisa no Instituo de Biologia Funcional e Genômica (IBFG), centro misto da Universidade de Salamanca e do CSIC. Ainda que em seu laboratório também investigue o câncer de pâncreas, David Santamaría foca seu trabalho no estudo do adenocarcinoma do pulmão.

 

K-Ras é uma proteína que “diz à célula se deve responder ou não a sinais externos para dividir-se”. Existem mutações desta proteína que a tornam sempre ativa, de modo que as células recebem um sinal para dividir-se de forma contínua e, portanto, têm um processo permanente de divisão celular. Essa proliferação de tecidos de forma descontrolada é o que define o câncer, de modo que analisar como se produz é essencial para lutar contra a doença.

 

Utilizando ratos como modelo, os cientistas se esforçam por “mimetizar, na media do possível, a doença humana para determinar e validar a eficácia terapêutica de alguns alvos”. Nos modelos genéticos os progressos são importantes, porque conseguiu-se tonar crônica a doença, ainda que “sejamos conscientes de que trabalhamos com modelos que talvez não sejam tão complexos, como a doença humana”, adverte o especialista. “O que estamos tentando agora, na medida do possível, é fazer modelos de ratos semelhantes à doença humana para validar todas as terapias”, afirma.

 

Maior complexidade

 

Uma das diferenças com modelos animais é que a doença em humanos evolui durante mais anos e torna-se “geneticamente mais complexa”, de modo que o tumor desenvolve mais “vias de escape” diante de qualquer terapia.

 

K-Ras foi um dos primeiros oncogenes humanos detectados a princípio dos anos 80 e durante 30 anos houve tentativas de combater esta atividade contínua. Uma das estratégias foi inibir diretamente esta proteína, o que não funcionou. Assim, atualmente os esforços dos pesquisadores concentram-se em inibir alguns mediadores inferiores ao K-Ras, algo parecido a “encontrar um interruptor” que desative o oncogene.

 

Ainda que tumores muito distintos possam ser iniciados por um mesmo oncogene, como o K-Ras, as vias de sinalização são muito específicas em cada caso. Por isso, “a estratégica terapêutica não será a mesma”, deve-se buscar terapias específica para cada tipo de tumor.

 

Há muitos anos a equipe de Mariano Barbacid, a qual pertence David Santamaría, compartilha pesquisas com Eugenio Santos, diretor do Centro de Investigação do Câncer (CIC) de Salamanca. Trata-se de uma “colaboração permanente”, que se estende a outros cientistas do CIC, como Isidro Sánchez García ou Xosé Bustelo. O pesquisador do CNIO cita este último como exemplo para indicar que neste campo é imprescindível a colaboração entre muitos grupos. “Estão focados em entender a sinalização do K-Ras em um contexto celular normal, o que é muito importante”, afirma.