Alimentación España , Salamanca, Lunes, 10 de octubre de 2011 a las 15:45

Lontra e rato d’água estão bem conservados nas Arribas do Douro

Universidade de Salamanca realiza a primeira pesquisa específica sobre a distribuição e estado de conservação destas espécies no Parque Natural compartilhado por Zamora e Salamanca

José Pichel Andrés/DICYT A lontra-européia (Lutra lutra) e o rato d’água (Arvicola sapidus) estão bem conservados no Parque Natural Arribas do Douro, compartilhado pelas províncias de Zamora e Salamanca. A Universidade de Salamanca realizou uma pesquisa que representa o primeiro estudo exaustivo sobre a lontra nesta região, enquanto no caso do rato d’água nem existiam dados prévios, de modo que ainda que constatada sua presença, desconhece-se sua evolução. Contudo, os pesquisadores destacam a importância de realizar um acompanhamento destas espécies no futuro.

 

Após vários anos de trabalho do grupo de pesquisa liderado por Miguel Lizana Avia no Departamento de Biologia Animal, os dados foram publicados no trabalho de graduação de Andrés Rodríguez Pereira, que obteve a máxima qualificação. Segundo explicou a DiCYT este último, “no caso da lontra, sabe-se que sua presença é constante nas Arribas porque foram realizados estudos durante anos”, ainda que nunca tenham sido estudos específicos ao Parque Natural e que abrangessem todo seu território para analisar a distribuição e conservação deste animal.

 

O caso do rato d’água apresenta um balanço mais complicado, já que “se sabe muito pouco de sua presença nas Arribas e não há dados nem estudos prévios”, afirma Rodríguez Pereira. Ademais, no conjunto da península Ibérica observou-se uma redução de até 30% nos últimos anos, mas a ausência de estudos prévios na região impede a realização de comparações.

 

Em qualquer caso, o rato d’água “foi encontrado na maioria dos lugares” e tem a seu favor um dado importante: um de seus principais predadores, a doninha, está pouco presente nas Arribas. Este animal introduzido pelo homem tem grande capacidade de adaptação e expandiu-se muito rápido. De fato, existem indícios de sua presença nesta região, já que foi “pontualmente localizado” por pesquisadores da Universidade de Salamanca, mas não parece estar assentado de forma permanente.

 

Ao contrário do rato d’água, a lontra é um animal protegido e está em processo de recuperação em toda a península desde que sofreu uma forte regressão na década de 70. Neste caso, os cientistas podem afirmar com maior certeza que seu estado de conservação na Arribas do Douro é bom.

 

Necessidade de acompanhamento

 

Em qualquer caso, os cientistas consideram que seria necessário manter um acompanhamento constante sobre o comportamento destas espécies. “Dever-se-ia realizar estudos ao longo do tempo para poder fazer comparações”, afirma Andrés Rodríguez. De fato, no caso da lontra realizam-se investigações nacionais a cada 10 anos, mas em um ambiente tão reduzido como o Parque Natural seria conveniente realizar amostras a cada dois ou três anos no máximo, opina o especialista.

 

Para realizar o acompanhamento, diante da impossibilidade de realizar observações diretas, os cientistas baseiam-se em indícios diretos da presença destes animais, como as fezes. De fato, a lontra é um animal noturno difícil de ser localizado, de modo que há poucas possibilidades de realizar estes estudos de outra forma. No entanto, isto impede a realização de estimativas exatas da população. Os dados estão expostos apenas em mapas de abundância relativa a partir dos indícios indiretos encontrados.

 

Alteração do hábitat

 

Como para qualquer outro animal, a alteração do hábitat é a principal ameaça às lontras e aos ratos d’água. Estas duas espécies necessitam uma boa conservação dos cursos dos rios, bem como uma boa cobertura vegetal, que serve para lontra como refugio e para o rato é um elemento essencial para escapar dos predadores.

 

Esta pesquisa foi apresentada no trabalho de graduação de Andrés Rodríguez Pereira, intitulado “Análise das populações da lontra-européia (Lutra lutra) e do rato d’água (Arvicola sapidus) no Parque Natural de Arribas do Douro: bases ecológicas para sua gestão e conservação”. Este trabalho aglutina os dados de duas fases diferentes do estudo: a primeira foi realizada na província de Zamora nos anos 2008 e 2009, enquanto a segunda se desenvolveu em Salamanca em 2010. Nestes projetos os pesquisadores tiveram a colaboração do Parque Natural, da empresa Grupo Tracsa e do Conselho de Meio Ambiente da Junta de Castela e Leão.