Investiga-se um possível alvo terapêutico para os processos inflamatórios da superfície ocular que afetam a córnea

Cristina G. Pedraz/DICYT Um dos grupos de pesquisa que faz parte do Instituto de Oftalmobiologia Aplicada (IOBA) de Valladolid é o Grupo de Superfície Ocular (GSO) orientado por Margarita Calonge, e focado, entre outras linhas de pesquisa, na inflamação ocular crônica. O objetivo geral desta linha de trabalho é buscar novos alvos terapêuticos para tratar estas doenças inflamatórias, como a Síndrome do Olho Seco. Neste contexto se insere o trabalho de María Jesús Benito Almazán, a pesquisadora do GSO que ministrou no dia 17 de outubro um novo Seminário de Pesquisa do IOBA.

Sob o título Papel do Fator de Crescimento Transformador TGF-beta e Eficácia de Moléculas Inibitórias na Resposta Inflamatória da Superfície Ocular, María Jesús Benito explicará o conteúdo da pesquisa realizada e que é o foco de sua tese doutoral, orientada pela doutora Amalia Enríquez de Salamanca, que será defendida na próxima semana.

Como explica a DiCYT, o trabalho faz parte de um projeto de pesquisa no qual se estuda o papel das células epiteliais nos processos inflamatórios da superfície ocular. “Especificamente, o objetivo de minha investigação é estudar a relevância do efeito do fator de crescimento transformador TGF-beta sobre as células epiteliais nos processos inflamatórios da superfície ocular, em concreto em processos crônicos que podem afetar a córnea e produzir perda de visão”, explica.

Para tanto, realizaram um estudo “in vitro” com duas linhas celulares humanas, uma do epitélio da córnea e outra do epitélio conjuntival. “Submetemos estas células a diferentes estímulos utilizando citoquinas pró-inflamatórias para reproduzir condições inflamatórias, e observamos a resposta das células diante destas condições, se são doadoras de TGF-beta, se são receptoras e como afeta o TGF-beta em seu funcionamento”. Ademais, agrega, estudaram moléculas inibitórias do TGF-beta “como uma potencial terapia para os processos inflamatórios, para saber se eram capazes de reverter os processos estimulados pelo TGF-beta”.

Deste modo, agrega, acreditam que o TGF-beta é um possível alvo terapêutico para os processos inflamatórios da superfície ocular que podem afetar a córnea, como a síndrome do Olho Seco grave e os processos alérgicos graves, tanto ceratoconjuntivite vernal, quanto cratoconjuntivite atópica.