Salud España , Salamanca, Martes, 04 de diciembre de 2012 a las 16:57

Identificam-se mecanismos relacionados com o desenvolvimento de tumores cerebrais

O instituto de Neuroci锚ncias de Castela e Le茫o (Incyl) pesquisa a comunica莽茫o de astr贸citos, c茅lulas gliais com um destac谩vel papel em diversas doen莽as

José Pichel Andrés/DICYT Uma equipe do Instituto de Neurociências de Castela e Leão (Incyl) pesquisa há tempos a comunicação estabelecida entre os astrócitos, células do sistema nervoso central que têm um papel muito mais importante do que tradicionalmente se acreditava. De fato, as alterações na comunicação destas células da glia estão presentes em muitas patologias do sistema nervoso. A partir desta linha de pesquisa, os cientistas estão identificando mecanismos moleculares que podem servir como alvos terapêuticos que permitam reduzir a velocidade de proliferação dos gliomas, os tumores cerebrais mais frenqüentes que surgem, precisamente, a partir das células gliais.

 

“Os astrócitos têm uma função fundamental no sistema nervoso, antes acreditava-se que eram somente células de suporte, mas hoje sabemos que têm um papel importante e quase todas suas patologias estão acompanhadas de alterações nestas células”, explicou a DiCYT Arantxa Tabernero, pesquisadora do Incyl que deu no dia 30 de novembro um seminário de pesquisa sobre este tema nas instalações do centro.

 

Uma das características destas células é que estão muito comunicadas entre si através de canais que permitem compartilhar determinadas moléculas de seus citoplasmas. “Em muitas doenças, como o Alzheimer, o Parkinson ou os processos isquêmicos se observam alterações nesta comunicação”, comenta a pesquisadora.

 

No caso dos gliomas, tumores derivados da glia, as células não estão comunicadas entre si, ao contrário dos astrócitos sadios. Por essa razão, “se fazemos com que expressem a proteína que lhes permite formar os canais de comunicação, começam a reduzir sua velocidade de proliferação e a alterar a expressão de suas moléculas, e se parecem muito mais às células sadias”, indica a pesquisadora.

 

Seu grupo de pesquisa quer averiguar porque esta proteína que forma o canal de comunicação, denominada conexina 43, consegue modificar o fenótipo destas células tumorais. “Estamos buscando a via de sinalização e descrevendo alguns participantes, como o oncogene SRC, que é muito ativo. Quando restauramos a expressão da proteína que forma os canais de comunicação, verificamos que reduz a atividade deste oncogene”, comenta, o que conduz a uma proliferação das células tumorais.

 

Aprofundando mais nesta questão, “estudamos qual parte da proteína é responsável por esta modulação do oncogene e descobrimos que são duas tiroxinas que estão no lado citoplasmático da proteína as responsáveis por interagir com o SRC”. Isso é, “fazem com que o SRC se junte a elas e isto desativa o oncogene”, indica.

 

Comunicação

 

Além do caso concreto dos gliomas, “geralmente tentamos definir qual é o papel destas proteínas que formam a comunicação entre astrócitos e porque se altera esta comunicação nas situações patológicas”. A idéia é que aumentar ou diminuir a comunicação pode melhorar ou prejudicar o desenvolvimento de uma doença concreta.

 

Este trabalho é realizado com cultivos de astrócitos procedentes de cérebros de rato, ainda que também seja realizado com linhas celulares procedentes de gliomas de rato ou humanos, porque as células procedentes de tumores crescem indefinidamente e podem ser mantidas no cultivo com facilidade, e suas moléculas podem ser manipuladas de modo simples. Ademais, utilizam modelos de animais de lesões cerebrais em colaboração com um laboratório francês.

 

Outra doenças na qual se focou seu trabalho são as lesões neuronais devidas a um processo patológico denominado excitotoxicidade, no qual também “observamos que se reduz a comunicação entre células gliais”. Neste modelo de lesões, os cientistas estudaram o mecanismo molecular que é desencadeado pela perda de comunicação entre estas células. “Nosso objetivo final é saber se controlando estas alterações na comunicação de alguma forma a lesão neuronal pode ser reduzida”, explica Tabernero.

 

Importantes revistas científicas reuniram recentemente estes aspectos das pesquisas do Laboratório 15 do Incyl no qual trabalha Arantxa Tabernero como, por exemplo, a Glia e o Oncogene, de modo que em breve a pesquisa será publicada em Plos One.