Salud España , León, Viernes, 14 de septiembre de 2012 a las 11:31

Ibiomed avança no potencial terapêutico da melatonina para tratar a insuficiência hepática fulminante

Pesquisadores identificaram mecanismos de ação do hormônio nesta grave síndrom

CGP/DICYT Pesquisadores do Instituto de Biomedicina da Universidade de León (Ibiomed) confirmaram a utilidade da infecção experimental de coelhos com o vírus da doença hemorrágica viral para o estudo dos mecanismos patogênicos e o desenvolvimento de novas terapias de utilidade na insuficiência hepática fulminante. A insuficiência hepática fulminante é uma grave síndrome caracterizada por uma deterioração severa e aguda da função hepática associada à encefalopatia em pacientes sem evidência de existência prévia de doenças hepáticas, e apresenta uma eleva mortalidade a curto prazo, podendo levar à morte a dois terços dos paciente em seu curso natural.

 

Atualmente, não existe um tratamento que permita a sobrevivência dos indivíduos afetados pela insuficiência hepática fulminante, e as medidas empregadas são de caráter paliativo.

 

O grupo de pesquisa do Ibiomed já tinha utilizado este modelo animal em estudos prévios e chegado a conclusão de que moléculas como a N-acetilcisteína, a cardiotrofina-1 ou a melatonina poderiam ser de utilidade terapêutica. Em um trabalho realizado no Centro de Investigação Biomédica na Rede de Doenças Hepáticas e Digestivas (CIBERehd), que será publicado no mês de outubro na prestigiada revista Journal of Pineal Research, estudou-se a fundo os mecanismos responsáveis pelo efeito protetor da melatonina.

 

A melatonina é um hormônio produzido na glândula pineal, localizada no centro do cérebro dos humanos e cuja utilidade potencial no tratamento de muitas doenças foi revelada em um grande número de trabalhos realizados por diversos grupos de pesquisa nos últimos anos.

 

No estudo realizado pelo Ibiomed foram analisados os efeitos antiinflamatórios e regenerativos da melatonina em grupos de coelhos infectados experimentalmente com o vírus da doença hemorrágica aguda, capaz de produzir nos animais uma insuficiência hepática fulminante que resulta no falecimento de 90% dos mesmo em um período máximo de 48-56 horas.

 

Alvo terapêutico

 

Nos animais infetados produz-se uma marcada resposta inflamatória com aumento na expressão de algumas citoquinas pró-inflamatórias, bem como de outros importantes mediadores da inflamação como a proteína C reativa ou o receptor TLR-4. Por outro lado, inibem-se os mecanismos de regeneração no fígado com diminuição da expressão de determinados fatores de crescimento. Todas estas alterações são corrigidas total ou parcialmente através do tratamento com melatonina. Ao estudar a fundo o mecanismo responsável a equipe do Ibiomed detectou que a ação da melatonina se associa com mudanças na expressão de diversos fatores de transcrição nuclear, como STAT-3.

 

“Os dados obtidos indicam que a estimulação dos mecanismos de regeneração hepática contribui com os efeitos benéficos do hormônio em animais com síndrome experimental”, explica a DiCYT Javier González Gallego, diretor do estudo junto à pesquisadora María Jesús Tuñón. Portanto, a inibição da inflamação e a intervenção sobre as vias de sinalização que estimulam o processo regenerativo poderiam constituir alvos moleculares para o uso terapêutico da melatonina na insuficiência hepática fulminante, ainda que esta possível utilização requeira estudos adicionais.

 

Insuficiência hepática fulminante

 

A insuficiência hepática fulminante consiste na incapacidade do fígado de realizar sua função sintética e metabólica. Apesar dos avanços produzidos nos campos de cuidados intensivos como o transplante hepático, continua causando grande mortalidade. A insuficiência hepática fulminante caracteriza-se por uma rápida deterioração da função hepática com desenvolvimento de encefalopatia hepática em paciente sem história prévia de doença hepática ou alterações hepáticas crônicas. A etiologia (causas) é muito diversa e inclui hepatites virais, hepatotoxinas, lesões vasculares e alterações metabólicas. Em uma parte dos pacientes, inclusive, é desconhecida, o que agrava sua abordagem. Na Espanha, os principais agentes etiológicos da síndrome são atualmente as hepatites virais.