Salud España , Salamanca, Viernes, 24 de junio de 2011 a las 15:41

Estudo demonstra que terapias dirigidas são mais benéficas que quimioterapia

Centro de Investigação do Câncer de Salamanca publica os resultados em colaboração com o Hospital Universitário de Albacete e um grupo de Toronto (Canadá)

JPA/DICYT Um estudo que acaba de ser publicado na revista científica Journal of Clinical Oncology, desenvolvido por pesquisadores do Centro de Investigação do Câncer de Salamanca, do Hospital Universitário de Albacete e do Hospital Princess Margaret de Toronto (Canadá) analisou o benefício relativo que produzem os fármacos aprovados para o tratamento de tumores sólidos nos últimos dez anos. Os resultados da pesquisa permitem classificar os fármacos oncológicos de acordo com seu benefício e concluem que as terapias dirigidas oferecem melhores resultados que a quimioterapia apesar do custo dos dois tratamentos ser similar.

 

Por parte do Centro de Investigação do Câncer de Salamanca, os pesquisadores envolvidos no estudo pertencem ao grupo de Atanasio Pandiella, que explicou a DiCYT os detalhes do trabalho internacional. “Queríamos saber se a eficácia dos novos agentes das terapias dirigidas era igual, menor ou maior que a dos fármacos quimioterápicos”, assinala. Ademais, uma segunda questão era analisar o custo de cada uma das alternativas.

 

As terapias dirigidas estão baseadas no reconhecimento de uma característica celular concreta do tumor, de maneira que podem atuar especificamente contra as células tumorais. A quimioterapia clássica, ao contrario, atua de forma inespecífica evitando a proliferação celular, podendo danificar células sãs.

 

Entre janeiro de 2000 e julho de 2010, os pesquisadores estudaram 48 ensaios clínicos realizados em pacientes adultos que apresentavam algum tipo de tumor sólido em uma fase muito avançada. Destes ensaios originaram-se 25 novos compostos aprovados pela FDA (Food and Drug Administration, a agência do medicamento e alimentação dos Estados Unidos).

 

Os resultados foram claros: “Os fármacos dirigidos possuem uma eficácia superior à quimioterapia, sobretudo quando existe algum biomarcador que te indica que pode funcionar”, explica Pandiella. Portanto, encontrar um biomarcador é chave, por exemplo, um gene alterado em um grupo de pacientes que evolui de forma distinta do resto e que, então, pode converter-se em alvo terapêutico.

 

Mesmo custo

 

Com respeito ao valor dos tratamentos, o resultado foi “uma surpresa”, assegura Pandiella, já que tanto as terapias dirigidas como a quimioterapia custam cerca de 5.000 dólares ao mês, apesar de que no caso das primeiras pode-se avançar mais rápido em seu desenvolvimento e requerem um número de pacientes menor para realizar a pesquisa.

 

Levando em conta todos os aspectos analisados neste estudo de mais de uma década de duração, os cientistas concluem que o desenvolvimento de fármacos deveria estar orientado ao descobrimento de alteração moleculares sobre as que desenvolver os fármacos específicos. Ademais, é importante encontrar biomarcadores para selecionar corretamente os pacientes que devem receber cada tratamento.

 

A contribuição dos pesquisadores de Salamanca e Albacete centrou-se no desenho do estudo e no posterior tratamento estatístico dos dados, enquanto que os ensaios clínicos foram analisados pelo Hospital Princess Margaret de Toronto, que conta com uma grande experiência em pesquisa com pacientes.