Dos cadernos de caligrafia ao celular e tablet digital
JPA/DICYT As novas tecnologias chegaram com força na educação, sobretudo porque os jovens parecem adaptar-se perfeitamente às telas tácteis e aos aparelhos celulares. Atentos a essa novidade, pesquisadores da Universidade Pontifícia de Salamanca criaram um aplicativo para dispositivos da Apple, isso é, telefones celulares iPhone e tablets iPad, que pretende ajudar crianças de quatro e cinco anos a aprender a ler e a escrever. As funções dos populares cadernos de caligrafia de décadas passadas se trasladam à tecnologia do século XXI.
“É um aplicativo desenvolvido para que crianças comecem a trabalhar exercícios de ler e escrever apoiados na letra cursiva”, isso é, na letra manuscrita que serve para saber quais traços devem ser seguidos, segundo explica em declarações a DiCYT o professor Francisco José Álvarez García, da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais.
Diante da falta de programas gratuitos deste tipo em Apple Store, loja virtual na qual a multinacional oferece produtos para dispositivos com o sistema operativo iOS, surgiu uma idéia no Clube Universitário de Inovação da instituição acadêmica, um projeto multidisciplinar desenvolvido principalmente pelo estudante David Novoa e que contou com a colaboração das faculdades de Informática e de Comunicação, através do professor Javier No, neste último caso.
O aplicativo é simples e apóia-se em duas funções básicas, a escritura e a leitura. Na escritura, “através de uma série de pautas semelhantes as que ofereciam antigamente os cadernos de caligrafia, a criança pode se iniciar no traço”, escolhendo o tamanho que considere adequado. Estas fontes podem se introduzidas pelo professor, mas os pais também podem incluir um texto que rapidamente se converte em letra cursiva e que a criança pode trabalhar através de um cursor ou mesmo do com o dedo. Em relação à leitura, o mesmo texto transcrito pela criança ou outro texto que o professor, tutor ou pai introduza, pode ser lido pelos jovens alunos para praticar.
Para evitar que as crianças tenham problemas de adaptação, as instruções são apresentadas por voz, desenhos ou texto. Ademais, também é possível configurar para a idade mais adequada. O objetivo é que se possa aproveitar o atrativo das novas tecnologias para que os jovens se divirtam aprendendo.
Disponível em setembro
Os criadores do iEduca esperam que a partir de setembro qualquer usuário possa baixar este programa na loja virtual da Appel Store. “Esperamos que o produto possa ser comercializado, que tenha sentido e aplicação tanto em colégios, quanto nas próprias casas, para que os pais possam trabalhar com seus filhos a leitura e escritura em uma idade chave, quando as crianças começam a utilizar a letra cursiva”, afirma Francisco José Álvarez García.
No entanto, o trabalho de pesquisa realizado não pára aqui. Uma vez que o aplicativo esteja completamente desenvolvido, “uma das primeiras coisas que queremos fazer é testá-lo, prová-lo com crianças reais e em contextos reais”, assegura. Assim, será possível demonstrar se este método é tão bom quanto o tradicional lápis e papel.