Nutrition Spain , Soria, Wednesday, March 06 of 2013, 14:58

Desenvolve-se um aplicativo que converte o Google Earth em um simulador de florestas em 3D

A ferramenta, criada por Agresta e Cesefor, permite simular uma determinada intervenção silvícola ou saber qual será a aparência de uma floresta em 10 ou 20 anos

Cristina G. Pedraz/DICYT A sociedade cooperativa Agresta e a Fundação Cesefor desenvolveram um aplicativo que permite converter o Google Earth em um simulador de florestas em 3D. A versão demonstrativa da ferramenta, denominada Forest Up, já está disponível on-line na página web do projeto e é possível fazer o download gratuito. Esta primeira versão coletou os dados de 600.000 árvores (pinheiro-larício, pinheiro-negro e zimbro) localizadas em um monte do parque natural da Garganta do Rio Lobos, na província de Soria, dados que foram captados através da tecnologia LiDAR (Light Detection and Ranking, em inglês).

 

Conforme explicou à DiCYT Alfredo Fernández Landa, um dos técnicos da oficina de Agresta, em Soria, que participa de um projeto de P&D, a iniciativa tem como origem uma pesquisa anterior cuja finalidade era realizar um inventário florestal através da tecnologia laser aerotransportada LiDAR, que permite construir um modelo 3D do território e adquirir informação diversa. “Tratava-se de explorar as aplicações florestais da tecnologia LiDAR com o objetivo de identificar árvores individuais com os dados do sensor”, afirma.

 

Através deste projeto, com o qual também colabora Cesefor, criaram bases de dados de milhares de árvores (seu número, altura, volume da madeira e da biomassa, etc.), informação que pensaram que “poderia ser mostrada ao grande público de uma forma simples, visual e com um programa acessível como o Google Earth”.

 

Desta forma surgiu o Forest Up, um aplicativo que além de visualizar os dados destas árvores em 3D, realizar um passeio virtual pelo bosque ou sobrevoar as copas da árvores, possibilita interagir com as massas florestais. Assim, afirma Fernández Landa, a ferramenta é capaz de simular uma perturbação natural, os resultados de uma determinada intervenção silvícola ou saber qual será o aspecto de uma massa florestal em 10 ou 20 anos.

 

Para utilizar a primeira ‘demo’ do sistema é preciso registrar-se e baixar um arquivo alojado na web do projeto. Uma vez instalado, o aplicativo proporciona informação sobre as características da floresta na qual se encontra o usuário, as espécies arbóreas e de vegetação rasteira, as dimensões e o estado de desenvolvimento das árvores ou o grau de competição entre elas. Do mesmo modo, é possível filtrar a informação e escolher árvores individuais ou massas florestais em 3D e exportá-los a um arquivo KML ou Excel. Por outro lado, também é possível trabalhar em duas dimensões. Nesta caso, cada árvore está representada por um ícone, o que possibilita um maior rendimento em conexões lentas.

 

Conforme indica o técnico da Agresta, este aplicativo é importante porque “é um bom método de difusão dos valores naturais da floresta”, bem como útil “para gestores de montes, ao oferecer informação sobre o volume de madeira, de biomassa, permitir simular intervenções silvícolas ou saber qual é a evolução de uma massa florestal no futuro”. Na mesma linha, agrega, valoriza a gestão florestal, um trabalho que as vezes é desconhecido pelo grande público, mas que é fundamental “para fazer com que os montes sejam mais diversos e produtivos, ou para que tenham melhores condições para seu uso público”.

 

Próximas demos

 

Após a realização desta primeira ‘demo’, que coletou dados de 600.000 árvores do parque natural da Garganta do Rio Lobos, os pesquisadores prevêem criar outra sobre parques e jardins. O objetivo, neste caso, é divulgar a importância destas áreas verdes nos municípios, mostrar as diferentes espécies registradas, suas características e poder realizar percursos por elas em 3D. Do mesmo modo, prevê-se incluir mais ‘demos’ florestais utilizando outros dados como os coletados no Inventário Florestal Nacional.

 

O projeto Forest Up recebeu a ajuda InnoEmpresa da Comunidade de Madri, um programa de apoio à inovação de pequenas e médias empresas.