Salud España , Valladolid, Lunes, 18 de febrero de 2013 a las 11:36

Desenvolve-se um aplicativo para facilitar a detecção e acompanhamento do glaucoma

O sistema, apresentado no IOBA, baseia-se em ferramentas de visão computacional

Cristina G. Pedraz/DICYT Uma das ferramentas utilizada normalmente pelos especialistas para detectar e controlar a evolução do glaucoma (um grupo de doenças caracterizado pela perda progressiva das fibras nervosas da retina e do nervo óptico, o que origina uma perda gradual de visão) são as imagens da retina. Desenhar um aplicativo para processar e analisar estas imagens, a fim de ajudar os médicos no diagnóstico e acompanhamento da doença, é o objetivo de um trabalho desenvolvido por uma estudante da Universidade de Valladolid, Elena Martín Pérez; e da professora Margarita Gonzalo Tasis, pesquisadora do Grupo de Modelização, Biomecânica e Visualização Avançada do Patrimônio (MoBiVAP).

 

O projeto é desenvolvido com a colaboração do IOBA (Instituto de Oftalmobiologia Aplicada), especificamente com o doutor Francisco Blázquez, e trata de assistir ao diagnóstico do glaucoma utilizando ferramentas de visão computacional. “Processa-se uma imagem ou conjuntos de imagens a fim de obter-se uma série de dados úteis para os especialistas”, explicam a DiCYT Elena Martin Pérez e Margarita Gonzalo Tasis.

 

Especificamente, partiram de imagens retinais proporcionadas pelo médico do IOBA que se encontram em um formato complexo. Após analisar estes arquivos, desenharam uma série de fases para processar as imagens e detectar o disco óptico, uma área localizada no centro da retina de grande importância para os especialistas, já que nela aparecem alterações de grande valor diagnóstico.

 

Do mesmo modo, converteram estas imagens em um formato mais comum e acessível, o formato PNG, e desenharam uma interface para o aplicativo “simples e intuitiva”, para que os usuários possam manejá-la facilmente. Por último, concentraram-se em fazer com que o aplicativo seja portátil, isso é, que possa ser utilizado nos sistemas operativos IOS, Linux e Windows.

 

O projeto, que continua em desenvolvimento, é “uma primeira tentativa de trabalho com o IOBA”, de modo que no futuro se pretende, a partir da localização do disco óptico, “realizar outra série de detecções com as mesmas técnicas e desenvolver outros aplicativos, como um banco de dados normalizados, criar um modelo matemático ou trabalhar na visualização da progressão da escavação” ou, nesta mesma linha, na progressão do dano do disco óptico, ainda que isto “seja muito mais complicado”.

 

Vantagens do sistema

 

Com relação às vantagens do aplicativo, os pesquisadores detalham que uma delas está no fato de que os especialistas poderão trabalhar diretamente com as imagens. Por outro lado, aumenta-se o leque as ferramentas que podem utilizar, por exemplo, para escolher uma área de interesse dentro da imagem, bem como para detectar nelas o disco óptico, “o que pode ser realizado de uma forma bastante simples com nosso aplicativo, tanto manualmente, quanto de forma automática”. Ademais, é possível gravar todos os resultados no formato que o usuário deseje.

 

Finalmente, o sistema que possuíam marcava automaticamente uma série de pontos para detectar o disco óptico, ainda que sempre com uma forma “ovalada”. “Nosso sistema  detecta o disco óptico de um modo mais adequado e real”, agregam. O projeto foi apresentado nesta semana em um dos Seminários de Pesquisa do IOBA.

 

Glaucoma

 

O glaucoma consiste em um grupo de doenças que tem em comum um padrão de dano

 característico do nervo ótico (neuropatia óptica) e do campo visual, normalmente associado ao aumento da pressão intraocular, o que leva à perda de visão. É a segunda causa de cegueira irreversível no mundo. Atualmente, calcula-se que cerca de 60,5 milhões de pessoas podem estar afetadas no mundo, e até 2020 é provável que a cifra aumente para 80 milhões. No grupo de 50 a 59 anos, a incidência é de 2,1%, que ascende a 2,3% nas pessoas de 60 a 69 anos e depois dos 70 anos, a 3,4%.  Os grupos de risco, além das pessoas com mais de 40 anos, são aqueles com antecedentes familiares de glaucoma, hipertensão arterial ou pressão intraocular elevada, as pessoas de etnia negra ou asiática, as diabéticas e com miopia elevada.