Alimentación España , Palencia, Viernes, 09 de noviembre de 2012 a las 11:32

Cria-se um sistema de equações para estimar a biomassa e o carbono das florestas de caldén da Argentina

O caldén é a espécie mais presente nas florestas do sudeste dos Pampas argentinos

Cristina G. Pedraz/DICYT Uma aluna do Mestrado em Conservação e Uso Sustentável de Sistemas Florestais do Campus de Palencia, a argentina Lucia Risio, desenvolveu um sistema de equações para estimar a biomassa e o conteúdo de carbono das florestas de caldén (‘Proposis caldenia’) da região dos Pampas. O caldén é a espécie mais presente nas florestas do sudeste desta região, que pertence em sua maioria a proprietários privados, e quantificar estes parâmetros proporcionaria a estes proprietários uma alternativa econômica “sustentável” baseada no mercado de carbono.

 

Conforme detalha a DiCYT a pesquisadora, nestas florestas, das quais somente resta 18% de superfície original, predomina como atividade econômica a pecuária de baixo monte, que pode competir a curto prazo com os benefícios da agricultura, a principal causa de sua substituição. Ao mesmo tempo, agrega, a desflorestação é a segunda causa de emissão de gases de efeito estufa no planeta, enquanto as florestas são os sistemas capazes de armazenar a maior quantidade de carbono.

 

Neste contexto, o projeto desenvolvido por Lucia Risio e orientado pelo professor da Universidade de Valladolid Felipe Bravo e pela professora da Universidade Nacional de San Luis (Argentina) Stella Bogino, tem como objetivo criar uma alternativa a mais para que os proprietários privados ganhem dinheiro e não continuem desflorestando suas terras. “Queremos que os produtores, que são privados em sua maioria, possam obter um benefício econômico para que, acompanhados de outras atividades, compitam com a margem bruta gerada pela agricultura, que é a principal causa de desflorestação nesta área”, insiste Risio.

 

A alternativa proposta é o mercado de carbono, mas para realizá-lo é necessário quantificar de forma efetiva a capacidade de armazenamento de carbono do ecossistema. “Existiam equações de carbono para algumas partes do caldén, como as folhas, mas não para toda a árvore. Ademais, com relação a outras equações existentes sobre outras espécies, consideramos a biomassa subterrânea, isso é, a raiz da árvore”, explica a pesquisadora.

 

Trabalho de campo

 

O projeto, que durou mais ou menos um ano, incluiu uma amostra de três meses em El Caldenar, uma floresta nativa da província de San Luis. Esta floresta faz parte da ecorregião de El Espinal, localizada entre as províncias argentinas de La Pampa e San Luis. “Aproveitando que um proprietário privado estava retirando a floresta para convertê-la em agricultura, pedimos a ele que arrancasse algumas árvores previamente escolhidas com o maior cuidado para estudar sua raiz”, afirma.

 

O modelo de estimação foi desenvolvido em função de 38 árvores, separadas em diferentes frações: folhas, raízes, tronco, ramos de menos de dois centímetros, com dois a sete, e com mais de sete centímetros de diâmetro. Do mesmo modo, foram consideradas variáveis como a seleção normal e a altura, dados extraídos do Primeiro Inventário Nacional de Florestas Nativas da Argentina. Assim, foi criado um sistema de equações capaz de estimar “a biomassa e o carbono acumulado em toda a região do caldenal”.

 

No entanto, o caldenal é um ecossistema “complexo” e este é só o primeiro passo na quantificação de seu carbono. “Para avaliar de modo integral a capacidade de sumidouro de carbono é preciso ampliar o estudo da biomassa ao resto dos componentes do ecossistema, como o estrato arbustivo, herbáceo, as espécies arbóreas acompanhantes, o carbono orgânico do solo e a madeira morta”, conclui.

 

Ainda que a situação de crise atual não acompanhe o progresso do mercado de carbono, o objetivo de desenvolver uma equação “foi conquistado e o resultado é aceitável, e talvez possa funcionar quando a economia volte a ativar-se”, assegura a pesquisadora.

 

A Universidade de Valladolid colabora há vários anos em matéria de docência e pesquisa com a Universidade Nacional de San Luis, através do Instituto Universitário de Pesquisa e Gestão Florestal Sustentável, localizado no Campus de Palencia. Assim, vários estudantes como Lucia Risio realizaram estágios em ambos países para completar sua formação em gestão florestal.