Salud España , Salamanca, Lunes, 18 de julio de 2011 a las 15:42

Centro de Investigação do Câncer busca terapias específicas contra o câncer de ovário

Pesquisadores testam em modelos animais um novo remédio que inibe complexos de proteínas que favorecem o desenvolvimento do tumor

José Pichel Andrés/DICYT O Centro de Investigação do Câncer (CIC) de Salamanca trabalha na busca de tratamentos mais eficazes contra o câncer de ovário, um tumor de prognóstico ruim que atualmente só pode ser tratado por meio de cirurgia e quimioterapia convencional. Neste momento, para o câncer de ovário não existem terapias específicas, isso é, não existem medicamentos que ataquem especificamente alguma característica das células tumorais e assim evitem causar danos a tecidos sadios. Por essa razão, uma equipe do Centro do Câncer realiza testes em ratos com um medicamento experimental que parece inibir as células cancerígenas, ainda que não as elimine, de modo que provavelmente teria que ser combinado com outros tratamentos.

 

“Estamos trabalhando no câncer de ovário porque o tratamento das pacientes consiste em cirurgia e quimioterapia convencional, não há nenhuma terapia específica, é necessário encontrar novos tratamentos para este tumor”, explica a DiCYT Juan Carlos Montero, pesquisador do CIC no laboratório 15, dirigido por Atanasio Pandiella.

 

Para tanto “estamos estudando uma nova via”, concretamente a ação de um medicamento chamado BEZ235 que atua sobre a via denominada PI3K-Akt-mTOR, um complexo de proteínas com um papel importante na proliferação e sobrevivência das células de câncer de ovário.

 

De fato, atualmente já estão sendo utilizados fármacos inibidores “mas que não têm o êxito esperado”. Isto se deve a que a via está formada por dois complexos de proteínas, mas o tratamento somente pode inibir um deles, enquanto o outro se potencializa e continua favorecendo a proliferação do tumor.

 

No entanto, os cientistas comprovaram que o novo medicamento inibe os dois complexos. Para demonstrá-lo utilizam ratos, nos quais se induz tumores de ovário e, uma vez geradas estas neoplasias, aplica-se o tratamento para ver se é efetivo ou não. Trata-se de um medicamento experimental, mas com o qual já estão sendo realizados ensaios clínicos em outros tipos de tumores, por exemplo, no câncer de mama já está sendo realizado um teste, também em combinação com outros tratamentos.

 

Falta de efetividade

 

Neste novo teste para o câncer de ovário “vemos que há uma redução do volume tumoral em relação a um grupo de controle nos modelos animais, isso é, este medicamento esta inibindo a proliferação das células”, afirma Juan Carlos Montero. O problema é que não é muito efetivo, porque “inibe a proliferação das células tumorais, mas não as mata”. Por esse motivo, os pesquisadores consideram que o ideal seria combiná-lo com outros medicamentos. Com efeito, concebem a possibilidade de usar BEZ235 com o tratamento padrão já utilizado contra o câncer de ovário.

 

Ainda que a equipe que coordena Atanasio Pandiella se foque nas terapias especificas contra o câncer de mama, trabalha também nesta nova linha de pesquisa há dois anos e parece que dará seus primeiros frutos científicos, já que acaba de enviar um artigo a uma importante revista cientifica e espera que seja aceito.

 

“No câncer de mama há vários subtipos e várias terapias específicas, mas no câncer de ovário não há alvos nem moléculas que possam ser atacados de forma efetiva”, recorda Juan Carlos Montero. Assim “busca-se novos alvos para melhorar a taxa de sobrevivência destas pacientes”. A mortalidade por câncer de ovário é muito elevada porque costuma ser detectada em uma fase muito avançada, quando já há metástase, o que dificulta o tratamento e a possibilidade de pesquisar mais sobre a doença.