Salud España , Salamanca, Martes, 19 de noviembre de 2013 a las 10:04

As mulheres e as pessoas idosas seguem mais a dieta mediterrânea

Os indivíduos que realizam exercício físico apresentam uma maior aderência à comida saudável, ao contrario dos homens obesos, conforme um estudo

José Pichel Andrés/DICYT dieta mediterrânea, segundo os dados publicados em um artigo da revista científica Journal of the American Dietetic Association. Por outro lado, ser homem e obeso são fatores relacionados com uma alimentação mais distante dos parâmetros considerados saudáveis.

 

“Do ponto de vista clínico, estes resultados são importantes porque permitem conhecer o perfil e as características das pessoas com o pior padrão alimentar e, portanto, nas quais deveria ser realizada uma intervenção nutricional de aspecto preventivo”, explicou à DiCYT María del Carmen Patino Alonso, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Salamanca e membro do grupo de pesquisa do Centro de Saúde La Alamedilla, que é a autora principal do artigo.

 

Uma das conclusões mais significativas é que as pessoas com mais de 62 anos “apresentam mais que o dobro de possibilidade de obedecer a dieta mediterrânea”. Os pesquisadores consideram que este dado indica que quanto maior a idade, mais as pessoas se preocupam com sua saúde. “Cuidam principalmente o que não devem comer”, afirma Carmen Patino.

 

Ser mulher é outro grande fator vinculado à alimentação saudável, ainda que as diferenças com os homens não sejam consideráveis nas gerações mais jovens. O estudo não explora as razões, mas seus autores acreditam que pode depender do estilo de vida, já que os jovens de ambos sexos estão mais ocupados com o trabalho ou os estudos e têm uma tendência maior a consumir comida congelada, por exemplo.

 

Reforça esta ideia a comparação com outro estudo realizado no Marrocos, em que as mulheres jovens eram o setor da população que mais obedecia a dieta mediterrânea. O fato de que as mulheres marroquinas normalmente realizam sua vida dentro do lar parece determinante para que dediquem mais tempo a uma boa alimentação.

 

Exercício físico


Outro dado interessante do estudo espanhol é que as pessoas que realizam exercício tem 1,6 vezes mais probabilidades de obedecer a dieta mediterrânea. Este fato poderia indicar que a preocupação com a alimentação também está associada a outros estilos de vida saudáveis. Ademais, as que consomem álcool de forma moderada adotam mais esta alimentação saudável, em comparação com os abstêmios e os que bebem muito.

 

Por outro lado, menos da metade do que a média dos pacientes obesos obedecem a dieta mediterrânea. “Parece que entram em uma dinâmica de abandono, em que não fazem exercício e não cumprem as recomendações nutricionais e isto, por sua vez, faz com que o problema da obesidade se agrave”, indica José Ignacio Recio Rodríguez, pesquisador de La Alamedilla.

 

1.553 sujeitos participantes

 

Os resultados deste artigo, recentemente publicado, fazem parte do amplo estudo EVIDENT, que estudou diversos aspectos da saúde de pacientes de Atenção Primária de Salamanca, Valladolid, Barcelona, Cuenca, Bilbao e Zaragoza, que tinham entre 20 e 80 anos, sem doenças graves. Neste caso, incluíram-se 1.553 sujeitos, uma ampla amostra que permite tirar conclusões muito fiáveis.

 

A base da pesquisa foi um questionário de 14 perguntas sobre a alimentação de cada um dos participantes. Um grupo de perguntas avalia aspectos positivos como o uso do azeite de oliva na cozinha e o consumo de diversos produtos da dieta mediterrânea: vegetais e hortaliças, frutas, legumes, peixe, vinho tinto, frutos secos e molho de tomate caseiro. Outras avaliam os aspectos negativos, como o consumo de carne vermelha, gorduras animais, bebidas ricas em açúcares e panificação comercial. Para considerar que uma pessoa tem uma alimentação saudável deve chegar a 9 itens corretos, seja por consumir os nutrientes saudáveis ou por evitar os que não o são.

 

Existe um grande consenso científico sobre os benefícios à saúde da dieta mediterrânea tradicional, especialmente na prevenção de doenças cardiovasculares. Assim, é muito importante saber quais são os hábitos alimentares da população e tentar melhorá-los como medida de prevenção.

 

Referência bibliográfica 

Maria C. Patino-Alonso, PhD; José I. Recio-Rodríguez; Jose Felix Magdalena Belio; Ruben Colominas-Garrido; Jorge Lema-Bartolomé; Amparo Gómez Arranz; Cristina Agudo-Conde; Manuel A. Gomez-Marcos, PhD; Luis García-Ortiz, MD; for the EVIDENT Group. Factors Associated with Adherence to the Mediterranean Diet in the Adult Population. Journal of the American Dietetic Association, 2013. DOI: 10.1016/j.jand.2013.07.038