Salud España León, León, Martes, 04 de octubre de 2011 a las 15:11

Antiinflamatórios e medicamentos para o colesterol ou a osteoporose protegem de alguns tumores

Pessoas que utilizam estes remédios de maneira crônica têm menos possibilidades de desenvolver estes tumores

Rubén Arranz/DICYT As pessoas que utilizam de forma crônica medicamentos antiinflamatórios, estatinas, utilizadas para diminuir o colesterol, ou bifosfonatos, receitados, por exemplo, contra a osteoporose, têm menos risco de desenvolver câncer de cólon, de mama e de estômago. Este resultado foi confirmado por pesquisadores do Instituto Catalão de Oncologia (ICO), apresentado no dia 30 de setembro na capital de León, em uma reunião dos diferentes grupos de trabalho do projeto MCC-Spain, que busca averiguar a influência de diferentes fatores ambientais no desenvolvimento dos cânceres mais freqüentes na população espanhola.

 

O fato de se haver comprovado que os consumidores de maneira crônica destes medicamentos têm menos possibilidade de desenvolver estes cânceres possibilita que as pessoas incluídas em um grupo de risco desta doença, por causas como antecedentes familiares, possam ser tratadas preventivamente, destacou a DiCYT Víctor Moreno, diretor do Programa de Prevenção e Controle do Câncer do Instituto Catalão de Oncologia. A medida, no entanto, não é aconselhável para aqueles que não tenham um risco evidente, pois o consumo habitual destes produtos causa uma série de efeitos secundários, afirma.

 

O estudo foi realizado mediante um sistema de casos e controles. Isso é, estudou-se os pacientes com câncer de mama, cólon e estômago, ao mesmo tempo em que se entrevistou cidadãos que não tinham esta doença sobre o consumo de medicamente no decorrer de suas vidas. Isto permitiu avaliar as diferenças entre uns e outros e comprovar a relação de antiinflamatórios, estatinas e bifosfonatos com a aparição dos tumores, especifica.

 

Influência do ambiente no útero

 

Cientistas da Área de Epidemiologia Ambiental e Câncer do Instituto de Saúde Carlos III de Madrid expuseram as características de seu estudo, também dentro do projeto MCC-Spain, no qual trabalham para averiguar a relação entre o ambiente que os seres humanos têm no útero e o posterior desenvolvimento de cânceres como o de mama e o de próstata, ambos com grande componente hormonal. “Isso é, como os hormônios aos quais estivemos expostos durante etapas precoces da vida podem influenciar no surgimento de um câncer”, explicou a DiCYT Esther Garcia, pesquisadora deste centro.

 

Há determinados estudos com animais e crianças recém nascidas que indicam que o ambiente hormonal intra-uterino é um fator que pode levar ao aumento da possibilidade de que uma pessoa desenvolva um câncer na idade adulta. O fato de a mãe menstruar cedo pela primeira vez, de que desenvolva menopausa mais tarde ou que engravide de seu primeiro filho com uma idade mais avançada, faz com que seus ciclos hormonais variem, de modo que os pesquisadores tentam descobrir como estes fatores influenciam no desenvolvimento do câncer de mama, por exemplo, em seus descendentes.

 

“Sabemos que dentro do útero da mãe uma menina ou um menino está exposto aos hormônios maternos, através da placenta. E existem estudos em animais de laboratório que demonstram como esse ambiente hormonal influi na probabilidade de ter, particularmente, tumores hormonodependentes”, afirmou Marina Pollán, diretora desta Área do Instituto de Saúde Carlos III.

 

Alguns destes fatores não são modificáveis, como a idade da primeira menstruação de uma menina ou a menopausa. Entretanto, há outros hábitos que são considerados agentes de risco que podem ser modificados, como evitar a obesidade, um fator que está por trás do desenvolvimento de tumores em mulheres que não menstruam, moderar o consumo de álcool, ou praticar exercício físico. É recomendável, ademais, que a partir dos 50 anos as mulheres se submetam a uma mamografia a cada dois anos para ajudar a diagnosticar o câncer de mama.

 

Sobre o projeto MCC-Spain

 

O Conselho de Ministros aprovou em outubro de 2007 uma encomenda governamental ao Centro de Investigação Biomédica da Rede de Epidemiologia e Saúde Pública (Ciberesp) para pesquisar o câncer, com um orçamento inicial de 635.000 euros. A este financiamento inicial foram somadas diversas fontes, tanto de projetos de pesquisa competitivos nacionalmente (FIS), quanto das diferentes comunidades autônomas e municípios. Entre todas as vias, o plano conta com um orçamento para o triênio 2009-2011 de 450.000 euros, além de 513.995 de duas ajudas de projetos FIS. Os grupos de pesquisa de 16 centros e 19 hospitais de 10 comunidades autônomas que participam neste projeto estudam a influência dos fatores ambientais nos cânceres de mama, de cólon e de reto, de próstata e de estômago, além da leucemia linfocítica crônica. Funciona em rede, de modo que “cada um ajuda o outro, mas nem todos trabalham na mesma coisa”.

 

O objetivo inicial do plano é realizar 3.000 controles e estudar 7.000 casos, para assim dispor de dados de 10.000 cidadãos.