Salud España , Salamanca, Viernes, 01 de junio de 2012 a las 16:52
31 DE MAIO, DIA MUNDIAL SEM TABACO

Variações genéticas poderiam influenciar no êxito de deixar de fumar

A Unidade de Tabaquismo do Hospital Universitário e a Universidade de Salamanca estudam os receptores cerebrais nos quais atua a nicotina

EFB/DICYT Em todos os dias 31 de maio a Organização Mundial de Saúde (OMS) organiza o Dia Mundial sem Tabaco. Em Salamanca, a Unidade Especializada de Tabaquismo do Hospital Universitário luta todos os dias contra a dependência do tabaco e, com a ajuda do Departamento de Medicina da Universidade de Salamanca, busca uma possível explicação genética para um hábito que constitui um dos principais problemas de saúde pública nas sociedades avançadas.

 

Atualmente, as duas equipes trabalham a fim de reduzir seu impacto. “Desenvolvemos uma pesquisa clínica relacionada com a dependência e continuamos pesquisando dentro da linha genética”, conta Miguel Barrueco em declarações a DiCYT. Os cientistas pesquisam as variações nos genes que regulam os receptores colinérgicos da nicotina, isso é, a substância dos cigarros que cria o vício. Sua hipótese consiste em que uma maior predisposição de algumas pessoas no início do consumo do tabaco, bem como o diferente grau de dificuldade no momento de deixar de fumar, poderiam ter uma explicação genética.

 

“São conhecidos determinados genes que influem no consumo, receptores cerebrais nos quais atua a nicotina, mas se trata de pesquisa muito básica, sem nenhuma aplicação clínica no momento”, adverte Barrueco.

 

Os pesquisadores consideram que as pessoas têm determinados polimorfismos - diferentes formas que pode ter um gene - em alguns de seus genes são mais propensas a fracassar em suas tentativas de deixar de fumar, e com este estudo parece que, efetivamente, encontraram diferenças nos polimorfismos de determinados grupos de fumantes.

 

No entanto, deve-se ter em conta a complexidade das condutas relacionadas aos vícios, de modo que os genes influenciam tanto quanto o ambiente, aspectos sociais ou psicológicos.

 

Tratamento científico para deixar de fumar

 

Além da atividade de pesquisa, a Unidade de tabaquismo atende pessoas que querem deixar de fumar através do “único método reconhecido pela Ciência”, segundo os especialistas. “Denominado tratamento multicomponente”, conta o doutor, composto por um tratamento farmacológico e outro psicológico chamado cognitivo condutual - apoio que busca modificar a conduta do fumante -, e envolve os aspectos do vício ao tabaco.

 

Dentre as mais de 4.000 substâncias químicas ativas contidas em um cigarro, a nicotina é a que produz o vício. Chega ao cérebro para unir-se a uma série de receptores e esta interação facilita a liberação da dopamina, uma substância muito relacionado com os sentimentos de prazer que instala a necessidade de continuar o mal hábito para obter a mesma sensação e evitar os efeitos indesejáveis da abstinência.

 

Quando um fumante vai ao médico são diferenciadas “escalas de intervenção”, segundo Barrueco. Atendendo à intensidade da dependência, pode haver um tratamento mais simples, que se resolve com um conselho sanitário, e um mais complexo, no qual se deve realizar o tratamento multicomponente.

 

Em relação a outros métodos que podem ser encontrados no mercado para deixar de fumar, Barrueco previne em relação aos cigarros eletrônicos. “O cigarro eletrônico não está reconhecido pela comunidade científica, ademais, pode ter uma composição química perigosa para a saúde”.