Salud España , Salamanca, Martes, 17 de julio de 2012 a las 16:18

Universidade de Salamanca desenvolve um kit de diagnóstico precoce para o câncer colorretal

Cientistas e empresas unem-se em um projeto baseado na identificação de marcadores tumorais

José Pichel Andrés/DICYT A Universidade de Salamanca participa em uma pesquisa lidera pela empresa Proalt, de Madri, que tem como objetivo desenvolver um novo método de diagnóstico precoce de câncer colorretal. O aumento da prevalência deste tipo de tumores exige detectar antes e melhor estes tumores ou suas recidivas para poder diminuir a mortalidade. O projeto Colodetect pretender consegui-lo através do estudo de marcadores moleculares que em uma simples amostra de sangue possam determinar a existência do tumor. O objetivo é desenvolver um kit para que qualquer hospital, de modo automático e rápido, faça a prova e obtenha os resultados.

 

“O câncer colorretal é um problema muito importante porque nos países desenvolvidos está crescendo o número de pacientes e um diagnóstico precoce permitiria tratá-los de maneira precoce”, afirma em declarações a DiCYT Francisco Javier García Criado, decano da Faculdade de Medicina e responsável por este estudo por parte da Universidade de Salamanca.

 

Nessa procura por um diagnóstico precoce, algumas proteínas localizadas nas amostras sangüíneas podem se converter em marcadores tumorais. “Sua alteração revela que pode haver um processo neoplásico ou que um câncer operado recidiva e volte a ter atividade neoplásica. O problema é que as vezes esses marcadores não são tão específicos quanto gostaríamos, outras doenças podem dar falsos positivos ou, o que é pior, podemos ter falsos negativos”, indica.

 

Rápido e simples

 

Assim, o objetivo é identificar novas proteínas cuja presença no sangue indique sem dúvidas o diagnótisco e, a partir deste conhecimento, desenvolver um teste em um formato que permita realizar um ensaio em um hospital da forma mais rápida e simples.

 

“O interessante é que estas proteínas aparecem de maneira precoce no câncer colorretal, de modo que quando aumenta seu número no sangue significa que estamos diante deste tipo de tumor”, comenta García Criado.

 

Um kit diagnóstico é um teste perfeitamente definido para realizar as provas, um conjunto de reativos que, neste caso, seriam apresentados em um formato denominado ELISA. Portanto, o projeto não pretende restringir-se a uma ampliação do conhecimento básico, mas chegar ao hospital o quanto antes, razão pela qual participam empresas que se comprometem a levar esta pesquisa à prática clínica. Além do Proalt, também participa a companhia Biomedal, enquanto que, como instituições pública, não somente está a Universidade de Salamanca, mas também o Centro Nacional de Investigações Oncológicas (CNIO), do CSIC.

 

O estado atual do estudo, já avançado e com resultados preliminares positivos, “nos torna otimistas diante da validade do kit final”, afirma o especialista. “Pensamos que o diagnóstico que pode ser obtido é altamente fiável e será traduzido em um diagnóstico precoce e barato”, agrega.

 

Os cientistas já identificaram algumas proteínas muito concretas e estão trabalhando com elas. “Possivelmente ao invés de utilizar apenas uma para o kit, devam combinar várias para obter a especificidade que queremos”, afirma o pesquisador. Em todos casos, evitar-se-ia as complexas e caras provas atuais.

 

Previamente a esta pesquisa já haviam sido identificadas proteínas concretas em pacientes, mas também é necessário contrastar esta informação com pessoas que sofrem outras doenças e em indivíduos sadios, para superar os resultados contraditórios de alguns marcadores.

 

Pacientes de Madri e Salamanca

 

Prevê-se que a pesquisa que resultará no desenvolvimento do kit contará com cerca de 2000 pacientes, que servirão para comprovar que a presença no sangue de algumas proteínas está diretamente vinculada ao câncer colorretal. O estudo começou em 2011 e em poucos meses foram obtidas mais de 1.200 amostras, ainda que os estudos prévios incluíssem muitas mais. Os pacientes que participam pertencem a hospitais de Madri ao Hospital Universitário de Salamanca, no qual colaboram com a pesquisa profissionais de vários serviços: Cirurgia Geral, Cirurgia Toráxica, Urologia, Neurocirugia, Cirurgia de Mama e Cirurgia Colorretal.

 

Ficha da pesquisa

 

Projeto: COLODETEC: Desenvolvimento de dispositivos em formato ELISA para o diagnóstico prévio do câncer colorretal. Sócios: PROALT (coordenador), Biomedal, CSIC e Universidade de Salamanca. Orçamento: 638.478,74 euros. Financiamento: Projetos INNPACTO. Duração: 2011-2014.