Alimentación España , Salamanca, Martes, 27 de noviembre de 2012 a las 13:58

“Transgênicos são a única alternativa para melhorar nossa alimentação”

O cientista e divulgador José Miguel Mulet afirma em Salamanca que apenas com os produtos transgênicos será possível alimentar toda população e conseguir comida mais segura e saudável

JPA/DICYT José Miguel Mulet Salort, pesquisador do Instituto de Biologia Molecular e Celular de Plantas (IBMCP, centro do CSIC e da Universidade Politécnica de Valencia), afirmou no dia 23 de novembro em Salamanca que os produtos transgênicos são a única alternativa para poder alimentar toda população com comida de maior qualidade, mais segura e mais saudável. Conhecido nas redes sociais por seu trabalho de divulgação através do livro ‘Los productos naturales, ¡vaya timo!’ e um blog homônimo, Mulet afirma que as opiniões dos anti-transgênicos estão à margem da Ciência e que estas somente estão presentes na Europa por razões históricas.

 

Em uma entrevista concedida a DiCYT momentos antes de sua intervenção nas II Jornadas sobre Transgênicos Agrícolas, celebradas na Faculdade de Biologia da Universidade de Salamanca, José Miguel Mulet deixou clara sua postura. “Não teremos mais remédio do que recorrer aos transgênicos, não existe alternativa se consideramos os números que agora temos em mãos com relação à possibilidade de alimentar a população e de conseguir comida de maior qualidade, mais segura ou com possibilidades que não temos agora, como obter carne com baixo colesterol ou trigo apto para celíacos”, assegurou.

 

“Isto não é ficção científica, são coisas que já estão descobertas e não conheço nenhuma alternativa que funcione melhor, o que está no campo e o que está no laboratório melhoram substancialmente o que temos”, afirmou com referência aos alimentos transgênicos, que se adquirem incorporando novos genes para conseguir características concretas.

 

Apesar de que as técnicas de engenharia genética melhoram animais e plantas, com as máximas garantias de segurança, segundo a comunidade científica internacional, são objeto de uma grande polêmica, sobretudo no caso da agricultura transgênica. Neste sentido, Mulet afirma que a oposição aos produtos transgênicos somente ocorre na Europa. “Nos Estados Unidos, a Califórnia poderia ser aparentemente o estado mais anti-transgênicos, porque o movimento ecologista tem muita força ali. Ainda assim, no dia 6 de novembro, coincidindo com as eleições presidenciais, os cidadãos da California votaram em um referendum se etiquetavam os alimentos que contém transgênicos e se decidiu que não queriam fazê-lo”, exemplifica.

 

Por outro lado, “quisemos converter a agricultura européia em uma espécie de Dineylândia ecológica e as únicas conseqüências são que cada vez produzimos menos alimentos e somos mais dependentes das importações, porque estamos promovendo técnicas pouco eficientes. Assim, perdemos soberania alimentar e quando a África ou a América do Sul fecharem suas fronteiras porque a China lhes ofereça mais dinheiro, sofreremos”.

 

Na sua opinião as idéias anti-transgênicos, sem base científica, existem porque aqueles que se opõem aos cultivos modificados genéticamente apropriaram-se do discurso ecologista. “É muito fácil convencer alguém do que quer escutar e todo mundo gosta de proteger o meio ambiente e a natureza, inclusive eu. No entanto, usam este argumento sem uma base científica”, assegura, que em alguns casos chega inclusive a ser “uma base religiosa ou mística”.

 

Motivos para uma opinião sem base científica

 

Em sua opinião, as idéias contra os transgênicos existem na Europa por motivos históricos. “A tecnologia dos transgênicos foi inventada por uma universidade européia e por uma empresa americana ao mesmo tempo. A empresa quis ganhar dinheiro e a universidade utilizá-lo para pesquisar. Quando a empresa tinha o primeiro produto do mercado, o milho, as empresas européias não estavam preparadas para competir, tinham medo de ser arrasadas no mercado, de modo optaram por fechar as fronteiras em um sentido protecionista.  As organizações ecologistas aproveitaram para mudar seu discurso por uma questão de marketing: não podem estar sempre salvando as baleias”, brinca. Definitivamente, a origem de que permaneça uma postura sem base científica na opinião pública européia é produto de uma conjuntura histórica pela confluência de interesses das empresas européias e das organizações ecologistas, mas “em países como Estados Unidos, essas mesmas organizações não dizem nada sobre os transgênicos”.

 

Mulet quer impedir essa idéias fazendo divulgação científica pela internet. “Faço por diversão”, reconhece, “não tenho intenção de convencer ninguém”, mas normalmente o debate e a polêmica estão presentes em sua conta de Twitter (“jmmulet) e em seu blog, talvez, pensa, por sua maneira de expressar-se ou porque diz o que pensa “e não o que as pessoas querem escutar”.