Technology Spain , Valladolid, Monday, January 16 of 2012, 16:04

Sistema pioneiro no mundo permite aumentar a vida útil dos aerogeradores

III Feira Manten-er reúne em Valladolid os últimos avanços em matéria de operação e manutenção eólica, dentre as que se encontra a apresentada pela empresa Gamesa

Cristina G. Pedraz/DICYT Os aerogeradores são formados por três grandes componentes: a multiplicadora, o gerador e a hélice. Estes elementos devem receber uma manutenção preventiva que pode consistir, por exemplo, na troca de óleo das multiplicadoras. “Como se faz em um carro ou com qualquer outra máquina criada pelo homem, os aerogeradores precisam de manutenção preventiva de acordo com um programa”, explica a DiCYT Emmanuel García de la Peña, diretor de Recondicionamento de Grandes Componentes da empresa Gamesa. Apesar desta manutenção, a vida útil destes elementos não é infinita e as vezes ocorrem falhas relacionadas com o desenho, os materiais ou a produção que fazem com que o componente apresente defeitos antes.

 

Cada marca fabricante tem distintas taxas de falhas e, quando isto ocorre e naão é possível reparar o erro no próprio moinho, é necessário desmontá-lo, “o que é muito caro, já que são necessárias gruas de alta tonelada que podem chegar a ter até 100 metros de altura e, depois, transportá-lo a uma fábrica”. Se o dano justifica seu reparo, o que normalmente se cifra em torno de 70-80% do valor de um aerogerador novo, realiza-se o conserto do componente.

 

“Esta reparação pode ser realizada de diversas maneiras, por exemplo, é possível substituir o rolamento ou engrenagem quebrada, ou abrir o componente, comprovar porque está quebrado, fazer uma análise e introduzir mudanças no desenho para que essa engrenagem ou rolamento não falhe outra vez”. Este é um dos avanços que integra o sistema de Recondicionamento de Grandes Componentes apresentado pela Gamesa na III Feira de Operação e Manutenção de Instalações de Energias Renováveis Manten-er, organizada em Valladolid pela Associação de Promotores de Energia Eólica de Castela e Leão (Apecyl). Trata-se de um sistema pioneiro no mundo que contribui para aumentar a vida útil dos aerogeradores e possui os últimos avanços tecnológicos na matéria.

 

 

Além de determinar a causa da falha do elemento, o sistema apresentado implica uma revisão dos demais componentes “para comprovar se há algum outro desgaste excessivo ou qualquer outra peça que possa falhar”. Do mesmo modo, afirma García de la Peña, o recondicionamento inclui a realização de testes a plena carga nas multiplicadoras, ou seja, “estas continuam funcionando por todo um dia para que se tenha certeza de que as melhorias introduzidas são sólidas”, o que permite aumentar a vida útil das turbinas eólicas e oferece uma garantia adicional.

 

O especialista explica que os serviços de manutenção estão alcançando “um grande nível de sofisticação”. “Reduzir o custo da energia implica no desenho e fabricação de turbinas cada vez mais potentes, o que representa uma maior complexidade tecnológica e exige um maior nível de especialização e formação de equipes interdisciplinares”, enfatiza.

 

5.100 Megawatts instalados

 

Mais de 20 empresas do setor da energia eólica compareceram na III Feira Manten-er, que mudou sua forma. No entanto, “o objetivo é o mesmo dos anos anteriores, favorecer a criação de emprego neste setor em Castela e Leão”, destacou Javier Gracia Bernal, presidente da Apecyl. Enquanto as duas primeira edições seguiram o modelo “típico” de feira, com expositores, jornadas técnicas e visitantes, neste ano optou-se por um novo enfoque na Cúpula do Milênio. “Ao ver os resultados das duas primeiras edições, notamos que necessitávamos intensificar a tarefa comercial, de modo que desenhamos um modelo de feira pioneiro na Europa no qual aproximamos diretamente os promotores dos vendedores, que apresentam suas últimas novidades”, afirma Gracia Bernal.

 

Por outro lado, Ricardo González Mantero, diretor geral de Energia e Minas da Junta, destacou a “altíssima” potência eólica instalada em Castela e Leão, semelhante “a de cinco centrais nucleares de última geração”. No fim de 2011 a região possuía 5.100 Megawatts em operação, aos quais o diretor geral de Energia e Minas pretende somar outros 400-500 ao longo de 2012. Do mesmo modo, espera que em 2016 a potência instalada situe-se nos 7.200 Megawatts. “Ainda resta um caminho importante pela frente, o que permitirá que continue existindo trabalho na manutenção de aerogeradores e na fabricação de componentes”, afirma.