Medio Ambiente España , Salamanca, Lunes, 02 de diciembre de 2013 a las 12:32

Sequestro de carbono, positivo para a agricultura e contra a mudança climática

A Universidade de Salamanca recebeu no dia 29 de novembro o ‘I Encontro Edafológico’ da delegação de Castela e Leão da Sociedade Espanhola de Ciência do Solo

JPA/DICYT A Universidade de Salamanca recebeu no dia 29 de novembro o ‘I Encontro Edafológico’ da delegação de Castela e Leão da Sociedade Espanhola de Ciência do Solo, uma reunião que serviu para que os cientistas da região possam unir suas forças, bem como para conhecer as principais linhas de pesquisa neste campo. Uma delas é a utilização de carvão procedente de biomassa vegetal para melhorar a fertilidade do solo. O objetivo principal desta prática agrícola seria “sequestrar carbono” para evitar emissões de gases à atmosfera que agravem a mudança climática.

Josep María Alcañiz, presidente da delegação catalã da Sociedade Espanhola de Ciência do Solo, protagonizou a reunião com uma conferência sobre este tema. “O carvão é um material muito estável no tempo, de modo que quando se incorpora ao solo, fixa-se e já não é emitido à atmosfera”, explicou em declarações à DiCYT, “é uma das propostas que existem para mitigar os efeitos da mudança climática pelo aumento das concentrações de CO2”.

Em concreto, este cientista desenvolve atualmente um projeto de pesquisa que consiste em aplicar distintos tipos de ‘biochar’ (termo inglês de biocarvão) a solos para estudar seus efeitos. “Observamos que o biocarvão melhora a retenção da umidade, que é um aspecto importante para a agricultura dos solos mediterrâneos, em que a água é um fator limitante da produção; e também melhora a retenção de determinados nutrientes”, afirma. Contudo, estas vantagens “não representam resultados espetaculares com relação à produção”.

Estas práticas com carvão vegetal ainda se encontram em fase de pesquisa e “talvez tenham gerado expectativas desproporcionais com relação aos resultados que podem ser obtidos”, reconhece Alcañiz, principalmente pelas dificuldades que representaria sua aplicação massiva.

500 cientistas

Jaime Porta, presidente da Sociedade Espanhola de Ciência do Solo, destacou que “o solo é um recurso natural não renovável a curto prazo”, muito importante para a agricultura, mas também para os ecossistemas e para a vida do planeta. Além do sequestro do carbono, outras linhas de pesquisa de aproximadamente 500 cientistas sócios desta entidade são a nutrição das plantas, a contaminação de solos, a descontaminação de solos em áreas de mineração ou a reabilitação de solos em zonas afetadas por atividades humanas.

“Queremos que as pessoas que trabalhem em um mesmo âmbito geográfico se conheçam e criem sinergias entre eles como docentes e para a captação de recursos para projetos de pesquisa”, comentou Porta com relação ao encontro do dia 29. Até agora as delegações “mais ativas” foram as da Catalunha e Galícia e, pela primeira vez, Castela e Leão organiza um encontro científico de seus especialistas em solo.

A edafologia ou ciência do solo inclui a químicos, geólogos, engenheiros agrônomos, engenheiros de montanha, biólogos. Em Castela e Leão a sociedade apenas possui 31 membros e Salamanca é a cidade más importante não só pelos pesquisadores da universidade que se dedicam a este âmbito, mas também pela presença do Instituto de Recursos Naturais e Agrobiologia de Salamanca (IRNASA, centro do CSIC).

“A ideia é que nos conheçamos e nos relacionemos para pedir projetos de pesquisa entre distintas universidades”, afirmou Fernando Santos, vice-presidente nacional e presidente da delegação de Castela e Leão. Além do sequestro de carbono, Santos destacou como linha de pesquisa dos especialistas regionais a contaminação, pois “se sabe muito pouco de como estão os solos”, principalmente os agrícolas e os próximos às industrias.