Salud España , Castilla y León, Jueves, 18 de octubre de 2012 a las 12:07

Modelo matemático desenvolvido na região permitirá detectar precocemente epidemias de gripe

O trabalho coordenado por dois pesquisadores da Rede Centinela Sanitaria da comunidade foi publicado na revista ‘Influenza and Other Respiratory Viruses’

Cristina G. Pedraz/DICYT Pesquisadores da Rede Centinela Sanitaria da Junta de Castela e Leão desenvolveram um modelo epidemiológico que permite a detecção precoce das epidemias de gripe. O trabalho, publicado na revista Influenza and Other Respiratory Viruses, foi orientado por dois técnicos da Direção Geral de Saúde Pública, Tomás Vega e José Lozano, que contaram com a colaboração de outros cinco autores do âmbito internacional. O modelo matemático foi avaliado e implantado pelo Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) e pela Oficina Regional da Organização Mundial de Saúde nos países da União Européia.

 

O modelo, ainda que matematicamente complexo, baseia-se “na simples idéia de mover as ondas epidêmicas de gripe para alinhá-las em uma mesma posição e modelar uma curva tipo com a qual se pode fazer os cálculos de duração, níveis basais e intensidade média alcançada”, afirmam os pesquisadores. Ademais, uma vez que o modelo esteja estabelecido, é possível fazer comparações entre temporadas em um mesmo território ou entre diferentes países. No entanto, destacam, o mais relevante “é a capacidade para detectar em tempo real o surgimento de uma epidemia no processo de vigilância realizado em todos os países europeus”.

 

Os pesquisadores analisaram os dados históricos da gripe em 20 países europeus e de infecções respiratórias agudas e coletaram a incidência semanal entre 5 e 15 anos de cada um deles. Com estes dados, criou-se um modelo para cada país no qual se estabeleceu o limiar epidêmico e a intensidade típica alcançada pelas epidemias estacionais.

 

O trabalho confirma que a intensidade da pandemia de gripe de 2009-2010 foi “moderada” em toda Europa, com a atividade gripal nos momentos mais intensos abaixo do limite de confiança de 90% que determina o nível alto de epidemia. No entanto, como indicam os pesquisadores, “o modelo poderia haver detectado a pandemia desde a primeira semana, na imensa maioria dos países, e somente haveria produzido algum falso alerta na terceira parte dos países estudados”.

 

Neste sentido, o Conselho de Saúde assinou recentemente um acordo com a Oficina Regional da Organização Mundial de Saúde para o desenvolvimento de novas aplicações deste modelo. A equipe de pesquisadores da Direção Geral de Saúde Pública, que atua como consultora da OMS, coordena o grupo de trabalho internacional para o estudo dos indicadores de intensidade, difusão, tendência, vírus dominante e impacto das epidemias de gripe na Europa, no qual o método terá uma aplicação “imediata”.

 

Os autores da pesquisa enfatizam, assim, as possibilidades deste modelo no estudo e modelização do comportamento epidêmico de outras doenças de aparição sazonal.

 

Importância do trabalho

 

De acordo com os pesquisadores, as infecções respiratórias causadas pela gripe “levam a um aumento no número de consultas médicas e são uma importante causa global de ingressos hospitalares e mortalidade”. Ainda que as taxas de gripe sejam mais altas entre as crianças, a mortalidade associada à doença é maior em pacientes com idade avançada e entre pessoas que sofrem, ao mesmo tempo, de outras doenças. Assim, “a gripe incide em grande medida na saúde humana e representa um desafio para os serviços de saúde, de modo que é uma prioridade para as atividades de vigilância, que podem ajudar a estabelecer melhor as prioridades e os esforços em matéria de prevenção e controle”.

 

Os serviços encarregados de vigilância da gripe têm como trabalho a supervisão de epidemias anuais e a detecção e caracterização de circulante vírus. Do mesmo modo, a detecção oportuna do início da epidemia sazonal “é necessária para alertar os serviços de saúde a fim de mitigar a morbidez, a mortalidade e o custo econômico”. Por outro lado, surtos como os detectados em 1997 (a denominada gripe aviária) e em 2010, com a gripe A/H1N1 “intensificaram os esforços das organizações internacionais e das autoridades nacionais de saúde para melhorar ainda mais a vigilância e desenvolver sistemas para uma estimação precisa da dinâmica da gripe a nível local e nacional”.