Alimentación España , Salamanca, Viernes, 22 de mayo de 2015 a las 19:42
INESPO II

Investigam as espécies vegetais invasoras

Uma equipa do Instituto Hispano-Luso de Investigações Agropecuárias (CIALE) da Universidade de Salamanca a elaborar padrões de distribuição potencial de plantas forâneas

José Pichel Andrés/DICYT Uma equipa do Instituto Hispano-Luso de Investigações Agropecuárias (CIALE) da Universidade de Salamanca, o Grupo “Palinología y Conservación Vegetal” (Palinologia e Conservação Vegetal), está a estudar as espécies vegetais invasoras que há na região espanhola de Castilla y León. De acordo com os estudos preliminares, só na província de Salamanca há cerca de 80 espécies de plantas forâneas, muitas das quais se teriam aclimatado e estariam a deslocar as nativas, causando problemas em diferentes ecossistemas.

 

“Algumas espécies são de recente chegada, enquanto outras já estão quase aclimatadas ou naturalizadas, e algumas causam mais problemas do que outras”, declara a DiCYT José Ángel Sánchez Agudo, um dos investigadores. Por agora, o trabalho do grupo sobre esta questão é documental e de realização de modelos de distribuição potencial para, mais tarde, começar a concretizar o trabalho de campo.

 

Um dos principais exemplos de plantas alóctones (não nativas) na província de Salamanca é a conhecida como “erva-das-pampas” (Cortaderia selloana), que vem da América do Sul e é frequentemente usada em jardinagem. “Até recentemente, em Salamanca apenas era localizada onde tinha sido plantada com aquele interesse ornamental, mas já há provas da sua presença a crescer espontaneamente em muitas áreas, especialmente no vale do rio Águeda, e não há dúvida de que vai se espalhar mais”, afirmam os cientistas.

 

Outro caso em destaque é o da árvore Acacia dealbata, conhecida como “mimosa”, que é comum encontrar já naturalizada nas montanhas ao sul de Salamanca. O principal problema das plantas invasoras é que rivalizam pelo mesmo habitat que as espécies autóctones (nativas) e, graças à sua maior capacidade de adaptação, proliferam em detrimento das espécies locais.

 

Em certos casos, as espécies vegetais invasoras podem causar problemas no ecossistema em geral, afetando gravemente até mesmo aos animais. Este é o caso de algumas plantas aquáticas, que podem fazer sombra ou gerar uma baixa concentração de oxigénio que prejudica os peixes e outros habitantes das águas colonizadas.

 

A dificuldade de tomar medidas

 

Tomar medidas perante esta situação é tarefa complicada. “Acho que é uma batalha perdida, tudo o que se pode fazer é tentar favorecer as espécies locais ou controlar a propagação das invasoras, mas erradicá-las é impossível”, afirma José Ángel Sánchez Agudo, especialmente considerando que, quando se revela o problema, normalmente a planta já está muito espalhada.

 

Os investigadores trabalham com sistemas de informação geográfica (SIG) para elaborar modelos e padrões de distribuição a poderem predizer a presença de algumas espécies. Estes modelos incorporam informação sobre os locais onde cresce uma planta particular, por exemplo, a temperatura, precipitações, topografia ou pegada humana na forma de infraestruturas, como estradas ou cidades. Todas essas informações são extrapoladas para outras áreas a fim de identificar quais as zonas com características ideais para cada espécie surgir.

 

Modelos matemáticos oferecem uma pista para onde olhar, embora há outros fatores, como a rivalidade com outras espécies, que são muito difíceis de quantificar. É aqui onde reside a importância do futuro trabalho de campo que o grupo pretende desenvolver nos próximos anos, uma vez que “graças a isto poderemos verificar a validez desses modelos e o seu eventual melhoramento, e até mesmo avaliar elementos desconhecidos que possuam alguma influência significativa na propagação destas espécies”.