Salud Portugal , Castelo Branco, Martes, 02 de junio de 2015 a las 14:40
INESPO II

Investigação neurofisiológica ajuda a compreender várias doenças

O Laboratório de Neurofisiologia da Universidade da Beira Interior estuda a fisiologia cerebral de indivíduos normais e as patologias neurológicas em doentes

José Pichel Andrés/DICYT O Laboratório de Neurofisiologia da Universidade da Beira Interior (UBI), na Covilhã (Portugal), estuda a fisiologia cerebral em indivíduos normais e a patologia neurológica em pacientes muito diversos. Embora esta equipa de investigação leve pouco mais de três anos em andamento, os cientistas estão a obter resultados que podem ter aplicações diretas no âmbito clínico para doenças neurodegenerativas e para o estudo do envelhecimento. O laboratório está localizado na Faculdade de Ciências da Saúde e na nova Unidade de Saúde da Universidade da Beira Interior, no centro UBIMedical.


“Tentamos avaliar patologias neurológicas, como o acidente vascular cerebral, demência, doenças extrapiramidais como Parkinson e patologia associada com dor com vários métodos neurofisiológicos, tentando também estudar a sua evolução”, explica à DiCYT Maria Vaz Patto, responsável pelo Laboratório de Neurofisiologia.


Os campos de investigação abrangidos por esta equipa são muito diversos, mas os cientistas salientam alguns projetos específicos: “Estamos a estudar os mecanismos da criatividade, a finalizar a apresentação de um dispositivo de prevenção de escaras e a avaliar a resposta de pacientes que sofreram um acidente vascular cerebral e têm dificuldades cognitivas na resposta a formas de estimulação neurofisiológica”.


“Nós tivemos resultados muito favoráveis com diferentes estimulações utilizados para pacientes que sofreram um acidente vascular cerebral e com dificuldades cognitivas mínimas”, afirma a investigadora. Os resultados destas investigações serão publicados em breve. Além disso, os estudos de laboratório também se destacam no campo da neuropsicologia, por exemplo, na perceção auditiva de indivíduos normais.


Para abranger todo este trabalho, a equipa está formada por diversos especialistas, como um médico neurologista, um neurofisiologista clínico, um cardiopneumologista clínico, um neuropsicólogo, dois médicos de medicina interna e um outro de medicina geral. No entanto, esse campo é tão amplo e afeta tantas facetas do conhecimento que são comuns as colaborações do Laboratório com especialistas de outros departamentos da UBI, como o de engenharia ou aeronáutica, com projetos de avaliação neurofisiológica, por exemplo. Também a neurofisiologia é útil no campo da educação médica, marketing e design multimédia ou na optometria. Neste tipo de colaborações estão envolvidos muitos alunos de medicina, farmácia, optometria e engenharia, que realizam trabalhos de mestrado.


Técnicas


Para a realização destes estudos, o Laboratório de Neurofisiologia usa técnicas como eletromiografia, que avalia a atividade elétrica produzida pelos músculos ligados ao esqueleto; a técnica de potenciais evocados, que estuda a resposta do sistema nervoso aos estímulos sensoriais; a eletroencefalografia, a analisar as ondas cerebrais; ou a estimulação magnética transcraniana, que estimula o córtex cerebral.


Entre os próximos objetivos desta equipa está o estabelecimento de colaborações internacionais, não só no domínio da investigação, mas também no ensino. Proximamente, eles receberão uma estudante do Brasil e um dos projetos para o futuro é criar um mestrado internacional em envelhecimento.