Alimentación España , León, Lunes, 13 de junio de 2011 a las 13:43

Inbiotec participa em projeto que criará protótipos de alimentos com açúcares de microalgas

Iniciativa pioneira a nível mundial pretende levar a chocolates, sopas ou barrinhas energéticas estes compostos benéficos à saúde

AMR/DICYT O Inbiotec (Instituto de Biotecnologia de León) participa em um projeto que desenvolverá este ano os primeiros protótipos de alimentos que incorporam compostos obtidos de algumas microalgas com funções imunoestimuladoras benéficos à saúde. Esta iniciativa se denomina Inmugal e está coordenada pelo centro tecnológico Ainia. Também participam Leia Fundación, AZTI-Tecnalia e o próprio Inbiotec. O projeto, iniciado em maio de 2009, é uma das poucas pesquisas que estão sendo feitas atualmente a nível internacional de aplicação de cultivos de algas na alimentação humana e na aqüicultura. Após o primeiro ano de pesquisa, Inmugal apresentou os primeiros resultados obtidos.

 

Como aponta Mercedes Villa-Carvajal, coordenadora do projeto e especialista em bioprodução do Ainia centro tecnológico, “uma das linhas de pesquisa nas que se tem trabalhado é a seleção de microalgas potenciais para seu uso no projeto, assim como o desenvolvimento de métodos para seu cultivo e crescimento”. Neste sentido, Inmugal identificou dois gêneros de microalgas, Chlorella e Spirulina, por seu potencial de polissacarídeos (açúcares) que podem favorecer as reservas energéticas. Os testes realizados através de cultivos celulares permitiram avaliar seu potencial de efeito imunoestimulante, confirmado posteriormente com outros testes em animais com embriões de peixe-zebra.

 

Paralelamente, estão sendo desenvolvidos procedimentos de extração de polissacarídeos (açúcares) das microalgas incluindo técnicas como extração supercrítica, extração sólido-líquido com dissolventes líquidos a pressão ambiental e em condições pressurizadas. Também estão sendo desenvolvidos testes de microencapsulação (com o objetivo de proteger todas suas propriedades) e de resistência intestinal dos polissacarídeos no biodigestor do Ainia (um simulador artificial do processo digestivo que permite averiguar como se comportam estes e outros compostos no organismo humano).

 

Mercedes Villa-Carvajal argumentou que “já que estamos obtendo resultados positivos nestas pesquisas, Inmugal começará a desenvolver os primeiros protótipos de alimentos, em duas linhas de pesquisa básicas”. Em primeiro lugar, serão realizados testes de incorporação das microalgas ou compostos bioativos derivados com potencial imunológico em diferentes produtos de alimentação humana com o fim de analisar sua funcionalidade, características organolépticas e sensoriais ou a vida útil microbiológica. Entre outros, serão feitos testes de incorporação dos polissacarídeos em chocolates, molhos, sopas, barrinhas energéticas, preparados de peixe e aperitivos para o desenvolvimentos de novos protótipos de alimentos. Em segundo lugar, também serão realizados testes de incorporação das microalgas ou compostos bioativos derivados em protótipos de ração para aqüicultura.

 

Cultivo das microalgas

 

Por outro lado, o projeto avançou em adequar o cultivo destas microalgas com nutrientes de baixo custo, procedentes de subprodutos da indústria alimentícia como os melaços (concentrados ricos em hidratos de carbono procedentes de subprodutos da indústria de enlatados, vínica, açucareira, hortofrutícola, entre outros). Como afirma Mercedes Villa-Carvajal, “conseguimos avanços importantes, já que por um lado fomos capazes de cultivar microalgas em sistemas controlados a partir de meios de baixo custo e, por outro, reduzimos em 25% o tempo de cultivo da microalga, o que repercute, por sua vez, em uma diminuição dos custos de produção”.

 

Em linhas gerais, comprovou-se que certas microalgas são uma fonte de substâncias com alto valor nutritivo como vitaminas, ácidos graxos ou aminoácidos essenciais, que são complementos excepcionais para a alimentação e podem aportar efeitos benéficos para as pessoas. Essa é a razão pela que existe cada vez mais interesse de pesquisa nessa área, e de aplicações dirigidas ao campo da biotecnologia aplicada à alimentação.

 

O projeto Inmugal é financiado pelo Ministério de Ciência e Inovação (Micinn) através do programa Profit de Centros Tecnológicos para a Investigação Aplicada e Programa de Projetos de Desenvolvimento Experimental (Profit). Conta com um orçamento de 1,5 milhões de euros e uma duração de dois anos.