Salud España , León, Viernes, 07 de diciembre de 2012 a las 16:19

Ibiomed e uma universidade brasileira identificam um polimorfismo que modula a resposta ao exercício

Os pesquisadores estudaram o gene da enzima superóxido dismutase e seu efeito sobre o estresse oxidativo

CGP/DICYT O termo polimorfismo genético se refere à existência de diversos alelos de um gene. Trata-se de variações na seqüência de um fragmento determinado do DNA entre os indivíduos de uma população. Quando afetam a seqüência codificante ou reguladora e produzem mudanças importantes na estrutura protéica ou na regulação de sua expressão, podem originar diferentes fenótipos. Nos últimos anos revelou-se que os polimorfismos genéticos podem ter uma grande importância na resposta individual à prática de atividade física, um campo de pesquisa no qual trabalha o Instituto de Biomedicina da Universidade de León (Ibiomed).

 

Neste sentido, existe uma enzima denominada superóxido dismutase mitocondrial (SODMn, em inglês) que protege as mitocôndrias do dano oxidativo gerado pelos radicais livres, substâncias químicas instáveis e muito reativas. Um recente estudo realizado por pesquisadores do Ibiomed e da Universidade Federal de Santa Maria, no Brasil, que será publicado em breve na revista Clinical Biochemistry, analisou a influência do polimorfismos SODMn sobre a resposta ao exercício físico agudo, um estímulo ambiental que induz o desenvolvimento do estresse oxidativo se não há uma resposta adequada por parte das defesas antioxidantes.

 

Conforme detalha a DiCYT o doutor Javier González Gallego, diretor do Ibiomed e um dos coordenadores do estudo, nesta enzima “descreveu-se um polimorfismo de um único nucleotideo (SNP) com variações genéticas que afetam ao códon 16 e produzem modificações na estrutura secundária da proteína”. Este polimorfismo se relaciona com patologias como o câncer de mama e de próstata, ou com fatores de risco cardiovascular.

 

Da pesquisa, que fez parte da tese do doutor Guillerme Bresciani, participaram 60 sujeitos jovens que não praticavam habitualmente atividades esportivas. Após sua genotipagem, desenvolveram um teste ao 75% do máximo volume de oxigênio no sangue que o organismo pode transportar e metabolizar (VO2 max) até o esgotamento. A prova foi realizada em um cicloergômetro com freios eletromagnéticos, uma espécie de bicicleta especialmente desenvolvida para medir estes esforços.

 

Resultados do estudo

 

O estudo da freqüência dos alelos em células mononucleares do sangue periférico revelou que, segundo os pesquisadores, “25% dos sujeitos eram portadores do alelo AA, 33% do alelo VV, e 42% do alelo AV”. Os participantes com o genótipo AA mostraram em resposta ao exercício um aumento no níveis de RNA mensageiro e de proteína, bem como na atividade da enzima, em comparação com os valores basais. Por outro lado, em portadores do genótipo VV os níveis de RNA mensageiro não se modificaram com o exercício, mas se produziu uma redução do conteúdo de tióis protéicos, um tipo de composto químico.

 

A comparação entre os distintos genótipos evidenciou que o conteúdo protéico da SODMn após o exercício era maior no genótipo AA, “existindo para o alelo A um efeito dose-dependente sobre a atividade da enzima”.

 

Conforme indica o doutor González Gallego, ainda que sejam necessários mais estudos para analisar se outras influências ambientais como a ingestão de antioxidantes podem influenciar a resposta diferencial do polimorfismo da SODMn, os resultados do trabalho “confirmam que este desempenha um papel importante na modulação do estresse oxidativo desencadeando o exercício intenso, podendo afetar variáveis bioquímicas e clínicas relacionadas com o risco de ter doenças crônicas”.