Alimentación España , Salamanca, Viernes, 08 de marzo de 2013 a las 15:14

Extratos vegetais ajudam a descontaminar águas com metais pesados

Pesquisadores de Durango (México) e Salamanca pesquisam a melhoria de técnicas para depurar águas

JPA/DICYT Cientistas espanhóis do Centro de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico da Água (CIDTA), da Universidade de Salamanca, e mexicanos do Centro Interdisciplinar de Investigação para o Desenvolvimento Integral Regional de Durango, pertencente ao Instituto Politécnico Nacional (IPN), colaboram na melhoria de técnicas para a depuração de águas. Um exemplo destas pesquisas é a utilização de extratos de plantas para descontaminar águas com metais pesados procedentes de área mineiras.

 

José Bernardo Proal Nájera, pesquisador do centro mexicano, explicou no dia 6 de março em um seminário da Faculdade de Farmácia da Universidade de Salamanca que a novidade mais importante deste trabalho é a aplicação de biossurfactantes, ou matéria surfactante de origem vegetal, “em uma das etapas de remoção de metais pesados”. A idéia está em fase de experimentação no México e o objetivo é transladar a técnica a comunidades mineiras e poder estabelecer uma planta piloto.

 

Os surfactantes são substâncias em solução que podem “mudar a natureza hidrofílica de um sistema a hidrofóbica”, isso é, “eliminar a afinidade de alguns dos elementos que possuímos com relação à água”, o que serviria para separar os metais pesados diluídos nas águas. Isto torna possível separar todas as partículas, inclusive as de tamanhos tão reduzidos que não são visíveis.

 

Esta técnica tem origem na Alemanha, mas utiliza surfactantes industriais, enquanto “nós os trocamos por surfactantes de origem vegetal, procedentes de plantas muito abundantes no México”, afirma José Bernardo Proal Nájera.

 

De fato, existem muitas técnicas físico-química para conseguir descontaminar as águas com metais pesados, mas todas têm vantagens e desvantagens e, dentre estas últimas, destaca-se seu alto custo.

 

Por outro lado, a proposta do IPN do México é utilizar “subprodutos vegetais que sobram nos campos”, procedentes de atividades agrícolas relacionadas com plantas do gênero Agave, que se usam principalmente na produção da tequila. Estes resíduos são descartados em toneladas, de modo que utilizá-los representa a geração de benefício econômico a partir de uma matéria prima gratuita.

 

Aplicação na Espanha

 

“Sabemos que na Espanha não existem agaves, mas outras plantas que podem ter uma grande concentração de saponinas”, afirma o especialista com referência às substâncias chaves nesta técnica, de modo que aposta por transferir este conhecimento através do CIDTA. De fato, “estamos produzindo publicações científicas e patentes conjuntas” e o objetivo de ambas as partes é desenvolver uma “plataforma de tratamento” que possa ser aplicada no tratamento de águas da Espanha e do México.

 

Os pesquisadores do CIDTA são especialistas em técnicas como o tratamento de águas residuais através de raios ultravioletas, afirma José Bernardo Proal Nájera, enquanto os pesquisadores mexicanos experimentam também com raios solares. “A colaboração é muito próxima, e ambas as partes utilizam as infra-estruturas já estabelecidas para usar plantas piloto”, indica.

 

Há anos convênios bilaterais permitem o intercâmbio acadêmico e a mobilidade estudantil através de períodos de pesquisa. “No CIDTA existe um grande conhecimento sobre as tecnologias e os métodos analíticos, e para nós é um grande apoio, não possuímos todo o equipamento analítico que precisamos, mas o CIDTA está muito bem equipado e tem um grande conhecimento científico e experiência em tratamento de águas residuais”, indica o pesquisador mexicano.