Salud España , Salamanca, Miércoles, 01 de febrero de 2012 a las 16:06

Expressão da proteína HCN2 é crítica para a dor neuropática inflamatória

É o prêmio Fundação Grünenthal à Pesquisa da Dor 2011, entregue em Salamanca na festa de Santo Tomás de Aquino

JPA/DICYT Em razão das festas de Santo Tomás de Aquino, realizou-se no Paraninfo da Universidade de Salamanca a entrega do Prêmio Fundação Grünenthal à Pesquisa da Dor 2011, outorgado a uma equipe formada por quatro pesquisadores da Universidade de Cádiz e Cambridge. O estudo premiado demonstra o papel da proteína HCN2 (Hyperpolarization-activated Cyclic Nucleotide-gated channel 2) nos neurônios nociceptivos, que transmitem a dor, de acordo com informações da instituição acadêmica de Salamanca.

 

O prêmio, consistente em 6.000 euros, foi concedido pela Fundação Grünenthal e pela Cátedra Extraordinária da Dor Fundação Grünenthal da Universidade de Salamanca, com o fim de fomentar e promover a pesquisa científica no campo da dor, tanto aguda, quanto crônica, permitindo mitigar as importantes repercussões do sofrimento e o deterioramento da qualidade de vida dos pacientes que sofrem de dor.

 

Sob o título “HCN2 ion channels play a central role in inflammatory and neuropathic pain”, o trabalho premiado demonstra que a expressão da proteína produzida pelo gene HCN2 é crítica em alguns aspectos particulares da dor. Neste sentido, “esta proteína não influi na dor aguda causada quando batemos no dedo com um martelo, por exemplo. No entanto, em processos dolorosos de tipo inflamatório, a eliminação desta proteína impede a transmissão da informação nociceptiva e, portanto, a percepção da dor”, afirma Esther Berrocoso, uma das autoras da pesquisa. Do mesmo modo, a autora afirma que “outro efeito importante é que a eliminação deste gene tampouco produz um aumento da sensação dolorosa em um estado de dor neuropática, abrindo assim novas perspectivas para o tratamento da neuropatia diabética, neuropatias causadas por infecções virais (Herpes Zoster), compressão nervosa (tumores, hérnias de disco), ou como efeito secundário do tratamento antineoplásico”.

 

Este trabalho, publicado na revista Science 333, 1462 (2011), identifica um novo alvo terapêutico para o desenvolvimento de medicamentos analgésicos que, bloqueando a proteína HCN2, poderiam proporcionar um alívio a dores de tipo inflamatória e neuropática, sem afetar a condução normal da dor aguda. Desta maneira, Esther Berrocoso afirma que “estes possíveis medicamentos poderiam ser especialmente úteis em dores de tipo neuropática que atualmente não possuem um tratamento ideal.” No entanto, agrega que “o desenvolvimento destes medicamento não será uma tarefa fácil, já que seria necessário superar diversos obstáculos: o desenho de um medicamento altamente específico para a proteína HCN2, que não afete a HCN4 (encarregada de regular a freqüência cardíaca), e que não atravesse a barreira hematoencefálica na qual a proteína HCN2 encarrega-se de regular o movimento e o estado de consciência.”

 

“Na Fundação Grünenthal trabalhamos e motivamos os projetos que fomentam o conhecimento desta grave doença que afeta a qualidade de vida dos pacientes que dela sofrem, sendo este um claro exemplo. Esta pesquisa abre as portas a um futuro grande avanço e a um tipo de dor muito difícil de aliviar como é a neuropática, de modo que foi escolhida pelo Juri dentre todas as candidaturas apresentadas”, conforme a doutora Isabel Sánchez, diretora da Fundação Grünenthal.

 

A equipe vencedora está integrada pelos pesquisadores da Universidade de Cádiz e da Universidade de Cambridge: Edward C. Emery, Gareth T. Young, Esther M. Berrocoso, Lubin Chen e Peter A. McHaughton.