Salud España , Salamanca, Lunes, 18 de marzo de 2013 a las 12:25

Estudo das neurotrofinas serve de base para futuras terapias contra doenças neurodegenerativas

Pesquisa sobre a tetraploidia em neurônios abre a possibilidade de uma estratégia terapêutica em doenças como o Alzheimer, conforme um simpósio internacional realizado em Salamanca

JPA/DICYT No Instituto de Neurociências de Castela e Leão (Incyl) da Universidade de Salamanca teve início no dia 14 de março o Simpósio Internacional ‘Mecanismos dos fatores neurotróficos na saúde e na doença’, que aborda as novidades relacionadas com proteínas chamadas neurotrofinas envolvidas no desenvolvimento e funcionamento do sistema nervoso. Uma das palestras teve como protagonista José María Frade, pesquisador do Instituto Cajal de Madri, que explicou que existem alguns fenômenos presentes em doenças neurodegenerativas que estão regulados pelas neurotrofinas e como o conhecimento destes processos pode ajudar a desenvolver novas terapias.

 

“Trabalhamos em um fenômeno que ocorre nos neurônios: a duplicação do DNA, de modo que o núcleo, e com ele todo o neurônio, torna-se maior”, explicou a DiCYT o pesquisador. Geralmente as células duplicam seu DNA para dividir-se em duas células filhas, mas os neurônios podem iniciar este processo, conhecido como ciclo celular, e não dividir-se, criando uma célula tetraploide, com dupla quantidade de DNA. Isto acontece em certas populações neuronais chamadas “de projeção”, isso é, que possuem axônios muito longos, de modo que “chegam a áreas muito distantes, precisando, assim, tornar-se grandes”, afirma o pesquisador.

 

Os pesquisadores do Instituto Cajal comprovaram que o mecanismo que produz este fenômeno depende das proteínas conhecidas como neurotrofinas. “Estamos interessados em ver se este fenômeno pode ter conseqüências patológicas, porque se sabe que em doenças neurodegenerativas como o Alzheimer produz-se uma reativação do ciclo de neurônios e ocorre um aumento de tetraploidia nos neurônios”, indica o especialista.

 

Os pesquisadores sabem que a reativação do ciclo celular é induzida por uma neurotrofina conhecida como NGF (do inglês nerve growth factor: fator de crescimento nervoso) e que atua através de um receptor da membrana das células chamado p75. Isto desencadeia a ativação de outras substâncias dentro do neurônio que favorecem o desenvolvimento do ciclo celular.

 

Os pesquisadores descobriram que mudando alguns aminoácidos nestas moléculas é possível impedir a duplicação do DNA nos neurônios durante o desenvolvimento embrionário. “Agora queremos verificar se isto também acontece em um cérebro patológico e desenvolver medicamentos”, afirma o pesquisador do Instituto Cajal, que realizou estas pesquisas com ratos e também corroborou os resultados no córtex cerebral humano. Em todos os casos, todo avanço nesta linha passa por demonstrar que em uma determinada doença está ativo todo este mecanismo, conforme explicou.

 

Patente e empresa

 

Outra parte interessante deste trabalho são suas repercussões para além das ciência básica, porque esta possível abordagem terapêutica já foi patenteada pelos pesquisadores que também criaram uma empresa start-up para explorar os resultados, gerando, assim, não somente uma nova abordagem das doenças neurodegenerativas, mas uma fonte de riqueza “se tudo der certo”, afirma José María Frade.

 

O Simpósio Internacional ‘Mecanismo dos fatores neurotróficos na saúde e na doença’ da Fundação Ramón Areces aborda os avanços mais recentes no campo das neurotrofinas com especialistas espanhóis e estrangeiros até o dia 15 de março na sede do Incyl.