Salud España , Salamanca, Martes, 21 de febrero de 2012 a las 16:22

Estuda-se se os peixes são capazes de sentir medo e dor

Pesquisadores da Universidade de Chester (Reino Unido) se interessam pelo trabalho do Instituto de Neurociências de Castela e Leão (Incyl) sobre opióides

JPA/DICYT Leynne Sneddon, cientista do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade de Chester (Reino Unido), visitou no dia 17 de fevereiro o Instituto de Neurociências de Castela e Leão (Incyl), da Universidade de Salamanca, interessada no trabalho realizado por este centro no campo dos opiáceos, substâncias analgésicas contra a dor. Particularmente, a pesquisadora está interessada no estudo da dor e do medo nos peixes, que pode servir de modelo para fazer experimentos com medicamentos, e mostrou-se interessada em iniciar projetos comuns com Salamanca.

 

As pesquisas da equipe de Lynne Sneddon focam-se em três espécies, a truta-arco-íris (Oncorhynchus mykiss), a carpa (Cyprinus carpio) e o peixe-zebra (Danio rerio). Esta variedade de enfoques é útil para obter conclusões neste estudo, precisamente porque “vivem em ambientes muito diferentes” e alguns têm importância para a criação de peixes, especialmente as trutas-arco-íris, afirmou a especialista em declarações a DiCYT.

 

“Os peixes têm o mesmo sistema nervoso dos mamíferos e respondem aos analgésicos da mesma maneira”, afirma. “O cérebro destes animais está ativo quando submetidos à dor e respondem de maneira semelhante aos mamíferos”, indica a pesquisadora como forma de resumir as principais conclusões obtidas em seus experimentos.

 

Em razão desta sensibilidade, uma das principais repercussões da pesquisa pode ser a utilização destes animais como modelo para estudar medicamentos destinados a combater a dor. De fato, “são modelos excelentes”, afirma, “porque possibilitam estudar a nível molecular e de farmacologia o efeito destes analgésicos”. Ademais, permitem observar os efeitos dos medicamento durante seu desenvolvimento.

 

Lynne Sneddon ofereceu um seminário de pesquisa aos cientistas do Incyl para explicar seu trabalho e, por sua vez, teve a oportunidade de conhecer mais de perto o trabalho dos pesquisadores de Salamanca. “Ainda que no momento não disponhamos de colaborações, estamos muito interessados no grupo de Raquel Rodríguez porque trabalha com opióides, que estão diretamente relacionados com a dor. Espero que futuramente seja possível concretizar estas colaborações”, agregou a especialista da Universidade de Chester.

 

O Laboratório da Dor e Vício de Raquel Rodríguez obteve importantes resultados nos últimos anos em seus estudos sobre opióides, como a descoberta de um analgésico alternativo à morfina, além de outros avanços sobre o funcionamento dos mecanismos de controle da dor. Do mesmo modo, pesquisa os mecanismos que fazem com que uma pessoa se torne viciada em morfina.