Encontrado um novo gênero de pulgões que habita samambaias

Cristina G. Pedraz/DICYT Os pesquisadores do Grupo de Afidiologia da Universidade de León, Juan Manuel Nieto Nafría e Nicolás Pérez Hidalgo, em colaboração com David Martínez-Torres, do Instituto Cavanilles de Biodiversidade e Biologia Evolutiva da Universidade de Valencia, e de William Villalobos Muller, do Centro de Pesquisa em Biologia Celular e Molecular da Universidade de Costa Rica (UCR), descreveram um novo gênero de pulgões em um artigo publicado recentemente na revista científica Canadian Entomologist.

O artigo, intitulado A new aphid genus and species (Hemiptera: Aphididae: Macrosiphini) living on ferns in Costa Rica and Mexico, indica que as espécies de afídeos que colonizam samambaias pertencem à subfamília Aphidinae e a maioria deles à tribo Macrosiphini. O novo gênero também faz parte desta tribo e foi batizado com o nome Gibbomyzus. Ademais, a espécie localizada foi denominado Gibbomyzus pteridophytorum.

Como explicam os pesquisadores, a descoberta foi realizada a partir de um material coletado em Costa Rica, especificamente no Cerro de la Muerte, um maciço que faz parte da Cordilheira de Talamanca na região montanhosa central de Costa Rica, e foi contrastado com as coleções procedentes do México depositadas no Museu Nacional de Historia Natural da França, localizado em Paris, e com as da Universidade de León.

Os pesquisadores realizaram uma análise morfológica comparativa apoiando-se em estudos moleculares para descrever o novo gênero. “Além do estudo morfológico comum é necessário realizar análises moleculares para descrever novos gêneros de pulgões. Em algumas ocasiões a morfologia do exemplar não permite separa-lo de outras espécies muito próximas e os dados moleculares indicam que está distante”, explica à DiCYT o pesquisador do Grupo de Afidologia de a Universidade de León Nicolás Pérez Hidalgo.

Três novas espécies nos últimos dois anos

Nos dois últimos anos o Grupo de Afidologia participou na descrição de três novas espécies de afídeos em Costa Rica. Além de Gybbomyzus pteridophytorum, encontrou-se Rhopalosiphum chusqueae, que vive em uma espécie de bambu, e Ucrimyzus villalobosi, publicada também recentemente na Florida Entomologist. Neste caso, tratava-se de uma amostra coletada em Bidens pilosa (uma espécie de planta da família Asteraceae) nas imediações da Universidade de Costa Rica.

As universidades de Costa Rica e León colaboram desde 2008 em uma ação intitulada Formação Científico-técnica para a identificação de afídeos praga e indicadores da mudança climática na América Central, financiada pela Agência Espanhola de Cooperação Internacional (AECID). Nas viagens feitas pelos pesquisadores da Universidade de León à Costa Rica aproveitou-se para realizar várias campanhas de amostragem na zona. “Ao contrario do que pode parecer, os pulgões teoricamente não são muito diversos nos trópicos. Realizamos amostragens e coletamos material para o curso e também para comprovar o que havia na zona, e neste tempo publicamos vários trabalhos, incluída a descrição de espécies novas, o que representa um trabalho muito complexo”, afirma Pérez Hidalgo.

Referência bibliográfica:

Nieto Nafría, J. M., Pérez Hidalgo, N., Martínez-Torres, D., & Villalobos Muller, W. A new aphid genus and species (Hemiptera: Aphididae: Macrosiphini) living on ferns in Costa Rica and Mexico (2013). The Canadian Entomologist, 1-12.