Dispositivo sem fio permite aos cegos saber qual é o estado dos semáforos
CGP/DICYT Óscar Sanz Torres, aluno da Escola de Engenharia Industrial da Universidade de Valladolid, desenvolveu um dispositivo sem fio que tem como finalidade orientar pessoas cegas no momento de atravessar a rua. O trabalho, no qual focou seu trabalho de conclusão de curso, obteve o Prêmio à Inovação Tecnológica da Fundação Rodolfo Benito Samaniego, dotado com 3.000 euros. Conforme detalha à DiCYT a professora do Departamento de Tecnologia Eletrônica, Maria Isabel del Valle, tutora do projeto, trata-se de substituir os incômodos apitos que avisam aos cegos que um semáforo está verde, por um sistema inovador.
“Substituímos os incômodos sinais acústicos por uma espécie de colar que deve levar o cego e por outro dispositivo instalado no semáforo. Quando a pessoa se aproxima, o colar se conecta ao semáforo e este comunica sua situação, se está vermelho ou verde, ou se está desligado ou ligado, e em função disso emite distintas melodias”, explica. Deste modo, o dispositivo idealizado pelo estudante somente emite sons audíveis pelo cego, evitando-se, desta forma, os apitos que provocam problemas em algumas áreas e contaminação acústica.
O sistema utiliza o protocolo ZigBee de comunicação sem fio. O ZibBee realiza funções semelhantes ao popular Bluetooth, com um menor consumo energético e maior flexibilidade no momento de conectar distintos dispositivos e criar redes maiores. Assim, afirma a professora, decidiu-se utilizar este sistema e não o Bluetooth, “que poderia funcionar através do celular”.
O aluno desenvolveu a idéia no ano passado e apresentou o trabalho em julho de 2012, obtendo o título de Engenheiro em Automática e Eletrônica Industrial na Escola de Engenharia Industrial da Universidade de Valladolid.
O prêmio obtido consiste em um dotação econômica de 3.000 euros e sua entrega acontecerá no dia 9 de março na Universidade de Alcalá de Henares. Nesta IX edição também foi premiado, na modalidade Individual aos Valores da Convivência, o humorista gráfico Antonio Fraguas Forges, enquanto o Prêmio Coletivo aos Valores da Convivência foi concedido à Fundação Vicente Ferrer.
Fundação Rodolfo Benito Samaniego
A Fundação Rodolfo Benito Samaniego foi criada para organizar atos em homenagem e reconhecimento às vitimas do atentado de 11 de março, e contribuir para difundir sua memória, bem como os valores da paz, liberdade e democracia. Ademais, trabalha com a motivação de correntes de pensamento no campo da inovação e desenvolvimento, e na realização de atividades vinculadas a temas sociais, econômicos e culturais da sociedade atual. A Fundação se chama Rodolfo Benito Samaniego, nome de um engenheiro industrial de 27 anos, vítima do atentado de 11 de março.