Tecnología México , México, Jueves, 19 de abril de 2012 a las 17:04

Cimento e concreto mais resistentes a partir de fuligem das usinas carboelétricas

Pretende-se utilizar este resíduo na indústria da construção

Agência ID/DICYT Especialistas do Centro de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Eletroquímica (Cideteq) procuram alternativas para aproveitar a fuligem produzida na geração de eletricidade a partir do carvão mineral.

 

De acordo com o doutor José Pérez Bueno, titular da pesquisa, este material poderia ser adicionado ao cimento e concreto para dotá-los de maior resistência e menor peso.

 

A fuligem, explica este pesquisador, consiste nos resíduos obtidos na captação do pó que acompanha os gases de combustão nas chaminés das centrais carboelétricas, os quais já não contém carbono, na medida em que tudo é queimado durante a produção de eletricidade.

 

Afirma o doutor José de Jesús Pérez que se estes resíduos não fossem retidos, sua inalação representaria um problema para a saúde humana. Inclusive internacionalmente existe uma crescente preocupação com o meio ambiente, tanto pelo grande volume de geração deste material, quanto pelo risco de uma possível presença de metais como mercúrio, arsênio e chumbo, que poderiam ser diluídos pela chuva ácida e filtrados nos lençóis freáticos.

 

No entanto, este cientista do Cideteq, após realizar várias análises de composição química, chegou a conclusão de que não são tóxicos os resíduos produzidos nas usinas carboelétricas mexicanas.

 

Este resíduo da produção de eletricidade caracteriza-se por estar constituído por esferas com um centro oco ou de baixa densidade, o que faz com sejam muito leves e fáceis de incorporar-se a outros materiais. “O fato de que o cimento pese menos é muito útil na indústria da construção”, considera o doutor José de Jesús Pérez.

 

A fuligem tem a vantagem de não requerer um tratamento adicional e pode ser utilizada diretamente no cimento e concreto. No entanto, o pesquisador deste Centro Público de Pesquisa destaca que a proporção de resíduo está relacionada com sua aplicação.

 

Pérez Bueno cita o exemplo do concreto, ao qual se deve agregar uma porção de 20 a 25% de cinza de carvão, o que aumentará sua resistência, além de baratear seu custo se usado em quantidades industriais.

 

Contudo, afirma este acadêmico do Cideteq que a principal dificuldade enfrentada pelos que querem explorar este recurso é a distância que devem percorrer as cinzas do ponto de incineração ao lugar em que serão utilizadas, pois os trajetos longos encarecem o custo do material.

 

Além destas aplicações, a equipe de trabalho dirigida pelo doutor Pérez Bueno procura novos usos para o resíduos, a maioria deles na indústria da construção. Dentre eles destacam formulações para fazer coberturas com este material que isolem o calor e repilam a água.

 

Na realização deste projeto o Centro Público de Pesquisa contou com a colaboração de duas usinas carboelétricas da Comissão Federal de Eletricidade (CFE) localizadas em Rio Escondido, Coahuila, Petacalco e Guerrero.

 

Importante notar que esta linha de pesquisa foi iniciada em 2006 como resposta a uma convocatória do Fundo Setorial de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Energia CFE-Conacyt. O Cideteq colaborou neste projeto com as universidades de Michoacana de San Nicolás de Hidalgo, a Autônoma de Querétaro, o Centro de Investigação e Química Aplicada (CIQA) e o Instituto Tecnológico de Querétaro.