Analisam-se os benefícios do exercício físico em mulheres com câncer de mama
Cristina G. Pedraz/DICYT Pesquisadores do Grupo de Psicologia da Atividade Física e do Esporte e membros do Instituto de Biomedicina da Universidade de León (Ibiomed) deram início a um estudo voltado a determinar os benefícios do exercício físico na qualidade de vida e no prognóstico de mulheres com câncer de mama, em colaboração com a Junta Provincial da Associação Espanhola Contra o Câncer (AECC) de León.
A iniciativa foi apresentada hoje em um ato oficial do qual participaram Serafín de Abajo Olea, presidente da Junta Provincial da AECC e membro do grupo de pesquisa; Estanislao de Luis Calabuig, vice-presidente da Junta Provincial da AECC; Javier González Gallego, diretor do Ibiomed e Sara Márquez Rosa, coordenadora do estudo, que explicou à DiCYT a origem do projeto.
“Na literatura científica, existe uma ideia emergente suficientemente comprovada sobre os efeitos benéficos que a atividade física e o exercício têm no bem-estar pessoal. Estes efeitos benéficos não somente se aplicam à população em geral, como também à população que sofre de qualquer tipo de enfermidade ou trastorno como é o caso das mulheres com câncer de mama”, detalha. A partir daí, surge a ideia de dar início a um programa de exercícios para estudar os efeitos concretos que a atividade física tem em mulheres que sofreram e foram operadas deste tipo de câncer.
O Grupo de Psicologia da Atividade Física e do Esporte, composto por pesquisadores de diferentes disciplinas, elaboraram um programa de exercícios “de acordo com a literatura científica e as necessidades específicas destas pacientes” e o iniciaram em uma população composta por 30 mulheres com o apoio da AECC. O programa tem uma duração de 12 semanas, com três sessões semanais de 50 e 60 minutos, nas quais “se combina exercício para melhorar a forma física junto com exercícios de flexibilidade e força e, sobretudo, trabalha-se a integração social”.
Neste sentido, Márquez Rosa recorda a importância do componente psicológico na enfermidade. “Quando temos uma enfermidade como o câncer de mama, isto gera uma preocupação e as pacientes sentem que têm que expressar-se. Com o programa de exercícios, nós lhes damos a oportunidade de sentirem-se bem. Talvez, nestas doze semanas, não consigamos que melhorem o equilíbrio ou a forma física, mas que saiam e que estejam mais felizes e, logo, que tenham melhor qualidade de vida”, precisa.
As mulheres que participam desta iniciativa, assegura, estão mostrando sua satisfação pessoal, porque além de analisar cientificamente os benefícios do exercício físico em mulheres com esta enfermidade, busca-se que o programa tenha continuidade com o tempo. “É uma carência habitual nestes estudos científicos que se programem exercícios para comprovar alguns efeitos e que depois não haja continuidade. Nosso objetivo é fazer um seguimento”, conclue.
Por outro lado, durante a apresentação, a Junta Provincial da AECC deu a conhecer que proximamente iniciará uma convocação para jovens pesquisadores que centrem seu trabalho no estudo do câncer na província de León. Esta bolsa será de 20.000 euros durante três anos e os interessados deverão apresentar uma série de merecimentos para optar pela mesma.