Alimentación España , Salamanca, Miércoles, 21 de marzo de 2012 a las 15:02

Analisa-se como as plantas aproveitam os nutrientes diante da futura escassez de fosfato

Javier Paz Ares, cientista que coordena um projeto nacional em que participa o Ciale, visitou Salamanca no dia 16 de março

JPA/DICYT Mais de vinte centros de pesquisa espanhóis integram um consórcio que tem como objetivo estudar proteínas que regulam genes importantes para as plantas, dentre eles o Centro Hispano-luso de Investigações Agrarárias (Ciale), da Universidade de Salamanca. O coordenador deste grande projeto é Javier Paz Ares, cientista do Centro Nacional de Biotecnologia, que visitou no dia 16 de março o Ciale para oferecer um seminário de pesquisa.

 

Relacionado com esta iniciativa, Javier Paz Ares estuda como as plantas se adaptam a solos com baixo conteúdo de nutrientes, concretamente, com baixo conteúdo de fosfato, uma pesquisa que “é importante porque os grandes incrementos de produtividade obtidos no século passado se devem, em boa parte, à utilização de grandes quantidades de fertilizantes”, afirmou em declarações a DiCYT. Agora os pesquisadores abordam um problema importante: o fosfato é um nutriente essencial para a agricultura, mas se aproxima de seu fim.

 

A utilização deste insumo não representa problemas porque considerava-se que existia muito fosfato. No entanto, ainda que não se transforme em um mineral distinto, “o ciclo o fosfato termina nos oceanos e não pode ser recuperado”, indica o especialista.” Portanto, a escassez de fosfato será grave em 50 anos, e os cientistas procuram soluções. “Uma maneira de reduzir a dimensão do problema é criar plantas capazes de crescer e produzir com uma quantidade menor de nutrientes”, afirma Paz Ares.

 

O primeiro passo para consegui-lo é estudar os mecanismos que as plantas desenvolveram durante sua evolução para crescer em condiçoes limitantes. A partir de então poderiam ser desenvolvidas novas estratégias de biotecnologia ou de melhora genética para conseguir plantas mais eficientes, de acordo com explicações do pesquisador, que estuda os aspectos mais básicos do problema.

 

“Quando existem poucos nutrientes, a planta aumenta a atividade dos transportadores de fosfato para ser mais eficiente em sua extração”, assegura. Desse modo, “estudamos como a planta percebe que existe ou não fosfato no solo, bem como as respostas que dá a cada situação”.

 

Ainda que se saiba que existem genes que controlam a resposta associada à carência de fosfato, a resposta ao problema não é simples, porque ativar estes sistemas de resposta requer uma grande quantidade de energia, de modo que a planta não cresceria muito.

 

Precisamente, o projeto Consolider-Engenho 2010 que Javier Paz Ares tem em comum com o Ciale, e com mais de 20 grupos de pesquisa em toda Espanha, foca-se no estudo das proteínas que regulam os genes das plantas. “Qualquer processo biológico implica a participação de muitos genes. Por exemplo, para formar a cor de uma flor são necessárias 30 enzimas. A idéia é identificar os genes que regulam estes processos, principalmente os que são conhecidos como fatores transcricionais, e para estudá-los foram criadas plantas que expressam todos os fatores transcricionais de maneira induzida”, afirma.