Técnica para caracterizar materiais semicondutores e fotovoltaicos é desenvolvida
Cristina G. Pedraz/DICYT O grupo de Materiais Semicondutores e Nanoestruturas para a Optoeletrônica da Universidade de Valladolid desenvolveu, em colaboração com a empresa Pevafersa, localizada em Toro (Zamora) e que trabalha com energias renováveis, uma técnica para a caracterização de materiais semicondutores e fotovoltaicos. Concretamente, esta técnica física, denominada LBIC (“Light Beam Induced Current”), serve para estudar a corrente que sai das lâminas de silício (usadas na fabricação de células fotovoltaicas) quando se aplica um determinado laser.
De acordo com os pesquisadores, ao aplicar um laser “gera-se uma série de cargas que permitem comprovar a potencialidade dessa lâmina de silício, o material utilizado para produzir o efeito fotovoltaico”. Ademais, permite analisar diversos tipos de propriedades relacionadas com o comportamento do silício.
Segundo detalha o catedrático de física, Juan Jiménez, coordenador do Grupo de Pesquisa da Universidade de Valladolid, o projeto conjunto tem sua origem na criação do Centro de P&D da firma de Zamora. Através do contato já existente entre os pesquisadores da empresa e da instituição acadêmica, formalizou-se um convênio de colaboração em 2008. O objetivo final era iniciar a fabricação de células fotovoltaicas e, para tanto, implementar uma técnica que possibilitasse determinar as qualidades das lâminas de silício.
A técnica permite conhecer melhor os problemas que podem ser gerados nos processos de produção de células fotovoltaicas mediante as caracterizações óticas e eletrônicas dos materiais, técnicas de difícil acesso para este tipo de empresa. “Com estas técnicas tem-se um aporte extra na hora de conhecer, de uma maneira mais detalhada, as propriedades que no dia a dia não são possíveis determinar em um processo de fabricação”, afirmam.
“A técnica já está montada e desenvolvida, e funciona perfeitamente, diante do que estamos avaliando distintas células”, afirma Jiménez, que explica que o grupo trabalha com distintas microscopias e realiza estudos de materiais para estas aplicações optoeletrônicas. “Agora passamos às células solares, que também são um componente optoeletrônico”, indica. Paralelamente, como o grupo de pesquisa conta com mais equipes de caracterização, foram empregadas mais técnicas para fazer outro tipo de trabalhos relacionados com a fotovoltaica, como a aplicação de técnicas espectroscópicas para melhoras as células solares.
Deste modo, ainda que o convênio de colaboração tenha sido concluído, continuam trabalhando em outras linhas abertas, e apresentaram trabalhos conjuntos em conferências internacionais realizadas em países como Alemanha, Noruega ou Estados Unidos. A técnica implementada já existia no mercado, mas os pesquisadores da Universidade de Valladolid a adaptaram às necessidades da empresa com algumas implementações inovadoras.
Intercâmbio de pessoal
Por outro lado, as boas relações estabelecidas entre universidade e empresa resultaram no intercâmbio de pessoal. Deste modo, o pessoal do Departamento da Universidade de Valladolid foi contratado pela empresa e alguns empregados desta recorreram aos laboratórios para desenvolver alguns trabalhos.