Nutrition Spain , León, Friday, November 26 of 2010, 11:01

Predadores e competidores serão estudados com o fim de frear a regressão do tetraz cantábrico

Projeto Life+ para a conservação da subespécie inicia-se com a criação de um conselho científico de especialistas das universidades de León, Oviedo e Valladolid

Antonio Martín/DICYT O projeto Life+ Programa de ações urgentes para a conservação do tetraz e seu habitat na Cordilheira Cantábrica, que foi iniciado oficialmente no ultimo mês de outubro, concebe para o primeiro ano de atuação a elaboração de manuais sobre quatro fatores que podem incidir na conservação da subespécie. Durante o primeiro dos quatro anos de duração do projeto serão desenvolvidos roteiros de atuação dirigidos à melhoria dos habitats, dos efeitos dos predadores da galinácea, seus competidores herbívoros silvestres e sobre protocolos de atuação para a criação em cativeiro, segundo explicou o coordenador do programa, Luis Robles.

 

Conforme indicou a DiCYT Robles, “a situação do tetraz na Cordilheira Cantábrica é muito dramática, em regressão contínua e descenso. Todos os especialistas estamos de acordo de que esta população segue em declínio”. Por isso, as perspectivas do projeto Life+ não são muito otimistas: “Os objetivos são deter esta regressão e marcar as pautas para começar a recuperação da população”, explica o especialista. Luis Robles acredita que o tetraz cantábrico (Tetrao urogallus cantabricus) é uma subespécie “que pode ser recuperada rapidamente, como a perdiz, já que cada fêmea pode dar entre seis e oito crias”, diante do que “se tudo der certo, sua recuperação pode ser rápida”, mas não se atreve a dar prazos. “Somente devemos ter em conta que haverá mais ações depois deste Life+”, que acaba em setembro de 2014.

 

No primeiro ano de atuações, que começou em outubro, contempla-se um trabalho fundamental para o quatriênio: a elaboração de manuais ou roteiros de atuação que permitam ações de campo posteriores. Serão quatro e sua redação será licitada, ou seja, submetida a concurso público. O prazo de apresentação dos candidatos acaba no dia 2 de setembro. Em concreto, os roteiros serão dirigidos à “melhoria do habitat, redução da mortandade natural por parte dos predadores, relação do tetraz com seus competidores e protocolos de desenvolvimento e potencialização do Centro de Criação em Cativeiro”. Os responsáveis esperam que os manuais sejam publicados dentro de um ano.

 

Em relação à morte natural, Robles explica que o tetraz “está afetado por um desajuste entre seus predadores e as presas”. Outros animais que afetam sua regressão podem ser os competidores de alimentos, “o maior, o cervo, compete pelo consumo de arandos, importante para o tetraz”. Os protocoles do Centro de Criação em Cativeiro do Tetraz Cantábrico, localizado no Parque Natural de Redes (Astúrias), tratarão de responder a perguntas como “o que fazer com os ovos?” ou “como manter a diversidade genética?”.

 

Comitê científico

 

A fim de “avaliar e avalizar” os manuais, os coordenadores do projeto Life+, a Fundação Biodiversidade, criou um comitê científico assessor integrado por pesquisadores das universidades do arco cantábrico e outros especialistas. Já foram incorporados nove especialistas provenientes da Universidade de Oviedo, dos campus de Vegazana e Ponferrada da Universidade de León e do campus de Palencia da Universidade de Valladolid. Os organizadores estão contatando com outros cientistas que conhecem a problemática do tetraz cantábrico para reforçar este comitê.

 

Depois da publicação dos roteiros, começarão as atuações sobre o habitat, os predadores e os competidores. “Em outras partes da Europa já foram realizadas este tipo de ações sobre predadores ou competidores, mas aqui antes será necessário determinar quem são e em que níveis afetam o tetraz”, indica o coordenador. Ainda que os responsáveis do projeto Life+ tivessem confrontado informação científica de outras populações européias, “deve-se levar em consideração que as circunstancias dos tetrazes dos Alpes, por exemplo, são diferentes daqueles da Cordilheira Cantábrica”.

 

Conjuntamente a estas ações de caráter cientifico, o projeto contempla uma parte de divulgação. Uma campanha tentará explicar porque se deve realizar determinadas atuações para preservar a população de tetrazes.

 

O projeto Life+ de conservação do tetraz cantábrico conta com sócios co-financiadores como as comunidades autônomas de Astúrias, Galícia, Cantabria e Castilla y León (através da Fundação Patrimônio Natural de Castilla y Léon), o Organismo Autônomo Parques Nacionais (do Ministério do Meio Ambiente, Meio Rural e Marinho), o SEO/BirdLife e a Fundação Iberdrola. Será coordenado pela Fundação Biodiversidade. Conta com sete milhões de euros de orçamento, dos quais a metade foi aportada pela Comissão Européia. Começou em outubro deste ano e se estenderá até o dia 30 de setembro de 2014. A iniciativa foi apresentada em León na semana passada no ciclo Ações de conservação sobre o tetraz e situação atual da subespécie cantábrica.