Salud España , Valladolid, Viernes, 30 de julio de 2010 a las 12:06

Estudo esclarece as necessidades terapêuticas de mulheres drogadictas

O Comissionado Regional da Droga, autor da pesquisa, procura melhorar a assistência a estas pacientes

Cristina G. Pedraz/DICYT Com o objetivo de ampliar o conhecimento atual sobre a drogadição e melhorar a intervenção terapêutica, o Comissionado Regional da Droga, dependente da Assessoria da Família e Igualdade de Oportunidades, realizou um estudo sobre as necessidades específicas de tratamento requeridas por mulheres drogadictas. O relatório deixa claro que mulheres alcoolistas ou viciadas em outras drogas apresentam diferenças com relação aos homens que condicionam a existência de necessidades de tratamento notadamente diferenciadas.

 

Susana Redondo, responsável do Serviço de Avaliação e Prevenção do Consumo de Drogas, explicou a DiCYT que a pesquisa parte de uma necessidade detectada na rede assistencial, uma vez que os tratamentos atuais estão mal-adaptados às mulheres. Os problemas das drogas se tornou visível na Espanha na década de 80 com o consumo de heroína, fato que motivou a criação do Plano Nacional sobre a Droga. Como detalha a especialista, foi gerado um padrão “muito masculino” que se mantêm nos dias de hoje.

 

“O planejamento das unidades regionais e dos recursos terapêuticos está centralizado na problemática do homem”, ressalta, o que quer dizer “que são necessários recursos especiais para tratar as mulheres”, como demonstram outros trabalhos.

 

Dessa forma, se analisaram as necessidades destas pacientes a fim de realizar intervenções especiais e melhorar a abordagem terapêutica. Depois de completar o estudo, os pesquisadores determinaram que tais necessidades podem ser agrupadas em três áreas. A primeira se relaciona aos fatores que influenciam tanto no acesso ao tratamento como na adesão à este, alheios ao estado psicopatológico e de vício da paciente. Como detalha o trabalho, neste grupo estão incluídas todas as variáveis que constituem uma barreira para receber tratamento, como a falta de informação sobre os recursos existentes, a estigmatização e os sentimentos de vergonha que esta gera, a oposição dos familiares mais próximos, as obrigações laborais e, especialmente, àquelas relacionadas com o cuidado dos filhos.

 

Diferenças psicológicas

 

Em segundo lugar, se encontram as diferenças de tipo psicológico, como a baixa auto-estima, a dependência emocional ou carência de habilidades de comunicação e assertividade. O estudo afirma que estes tipos de deficiências, apesar de comuns em pessoas drogadictas, evidenciam uma maior prevalência e intensidade entre as mulheres dependentes, “contribuindo negativamente no prognóstico da doença”.

 

O último fator diferenciador se centra na coexistência de patologia psiquiátrica ou comorbidade. Neste âmbito as mulheres apresentam diferenças importantes frente aos homens. Deste modo, a freqüência de aparecimento de outros transtornos mentais associados ao consumo de drogas é “sensivelmente superior” entre as mulheres, assim como sua intensidade sintomatológica e a natureza desta comorbidade. “Aspectos como os antecedentes de traumas psicológicos, o risco de reincidência destes ou tentativas de suicídio, por exemplo, evidenciam uma realidade claramente diferente daquela que caracteriza os homens drogadictos”, conclui o trabalho.

 

A pesquisa, denominada Necessidades terapêuticas das mulheres drogadictas atendidas em centros de tratamentos ambulatórios e residenciais de Castilla y León (em português), está dirigida “à obtenção de propostas de melhoria para os profissionais da rede assistencial”. De acordo com o responsável do Serviço de Avaliação e Prevenção do Consumo de Drogas do Comissionado Regional, todas as propostas que o estudo propõe a nível de intervenção psicológica, como a forma mais adequada de receber estas mulheres, abordar o tema da maternidade ou a realização de terapias em grupo ou individuais já começam a ser incluídas nos procedimentos dos centros assistenciais.