Salud España , Salamanca, Jueves, 15 de mayo de 2014 a las 14:37

Tomar lácteos desnatados melhora a saúde cardiovascular

Uma pesquisa realizada com pacientes de Salamanca analisa as diferenças entre o consumo de produtos lácteos desnatados e integrais

José Pichel Andrés/DICYT As pessoas que habitualmente consomem produtos lácteos desnatados apresentam melhores parâmetros de saúde cardiovascular do que aquelas que tomam lácteos integrais, de acordo com um estudo que acaba de ser publicado pela revista científica Nutrition Journal, realizado pela Unidade de Pesquisa do Centro de Saúde La Alamedilla, pertencente ao Instituto de Pesquisa Biomédica de Salamanca (IBSAL).

A pesquisa incluiu 265 pacientes do Centro de Saúde La Alamedilla de Salamanca submetidos a duas provas para verificar se são portadores de enfermidade cardiovascular. Uma destas provas está centrada na carótida, a artéria do pescoço que leva o sangue à cabeça. Concretamente, mede a grossura da íntima, a camada interna da artéria. A segunda prova é a velocidade de onda do pulso, que mede a rigidez arterial. Além disso, aos participantes do estudo foi passado um questionário sobre a frequência de consumo de alimentos para distinguir entre os consumidores de leite, queijos, iogurtes e outros lácteos desnatados e integrais.

 

Claramente, “a diferença está na quantidade de gordura”, assinala em declarações à DiCYT José Ignacio Recio, pesquisador do Centro de Saúde La Alamedilla de Salamanca. Ao eliminar as gorduras, os lácteos desnatados contribuiriam para se ter um menor risco cardiovascular, algo que não havia sido demonstrado. “Até agora se havia estudado a associação entre o consumo de lácteos e os maus resultados nestes parámetros cardiovasculares, mas não se havia diferenciado os productos integrais e desnatados”, agrega.

Esta publicação faz parte de um amplíssimo estudo sobre saúde cardiovascular denominado EVIDENT e coordenado pelos profissionais de La Alamedilla, que fazem parte do IBSAL e da Universidade de Salamanca. Participaram da pesquisa mais de 1.300 pessoas entre 20 e 80 anos de várias cidades da Espanha sem patologias cardiovasculares prévias. As provas se realizaram entre 2010 e 2012, contudo os resultados são tão amplos que ainda estão sendo publicados atualmente. Na parte relacionada aos produtos lácteos, somente foram inclusos os pacientes de Salamanca devido à complexidade das provas.

 

Análise de datos

Para analisar os dados, os participantes foram divididos entre consumidores de lácteos integrais e desnatados e cada um destes grupos foi, por sua vez, dividido em três: os que consumiam mais de 125 gramas destes produtos (aproximadamente, meio copo de leite ou um iogurte), os que consumiam até essa quantidade e os que não consumiam. A tendência que se desenha é clara: quanto maior a ingestão de produtos lácteos integrais, mais elevados são os valores da velocidade de onda do pulso e a grossura da íntima da carótida é maior. Por outro lado, quanto maior o consumo de produtos desnatados, menores são os valores destes parâmetros. O resultado foi corroborado por outro tipo de prova que não dividiu os sujeitos em grupos, mas que analisou o consumo total.

Definitivamente, a quantidade de gordura contida nos lácteos integrais contribui com a rigidez arterial e com a arteriosclerose ou com a acumulação de lipídios nas paredes arteriais. Os valores elevados de gordura da íntima da carótida e da velocidade de onda do pulso arterial se relacionam com uma maior frequência de eventos cardíacos, como os infartos, de forma que parecem muito relevantes para medir a saúde cardiovascular.

Ademais, esta associação com os lácteos é independente de outras variáveis, já que os resultados estão ajustados em função de outros fatores que podem influir, como a idade, o sexo, o índice de massa corporal, a ingestão energética total, ser fumante ou tomar fármacos para o colesterol ou para a hipertensão, entre outros.

 

Referência bibliográfica  

 

Association between fat amount of dairy products with pulse wave velocity and carotid intima-media thickness in adults. Jose I Recio-Rodriguez, Manuel A Gomez-Marcos, Maria-C Patino-Alonso, Alvaro Sanchez, Cristina Agudo-Conde, Jose A Maderuelo-Fernandez, Luis Garcia-Ortiz and on behalf of the EVIDENT Group. Nutrition Journal 2014, 13:37 doi:10.1186/1475-2891-13-37