Novo material odontológico restaurador tem efeito antimicrobiano
Simone Caixeta/ComCiência/Labjor/DICYT - O cimento de iônomero de vidro é um material restaurador odontológico que libera flúor, protegendo o remanescente dental de cáries recorrentes. Contudo, o material não apresenta atividade antimicrobiana capaz de agir diretamente sobre a bactéria responsável pela cárie, a Streptococcus mutans. Pensando nisso, pesquisadores do Reino Unido adicionaram ao cimento nanopartículas de hexametafosfato de clorexidina para obter esse efeito antimicrobiano. O estudo, publicado no Journal of Nanobiotechnology apresenta uma nova geração de namomaterias dentários antimicrobianos.
O cimento de ionômero de vidro se cola tanto ao esmalte do dente quanto à dentina, primeira camada após o esmalte. A ação do flúor persiste na interface dente/restauração durante 24 a 48 horas após a aplicação do cimento, prevenindo a desmineralização e promovendo a remineralização do esmalte e dentina, expostos ao ácido produzido pela bactéria Streptococcus mutans.
A clorexidina, encontrada sob a forma de digluconato de clorexidina, é um agente antimicrobiano eficiente na redução dos níveis de bactéria na saliva e na placa dental. Esse agente tem a propriedade de se manter atuante na cavidade bucal por um período prolongado de tempo.
No estudo, o cimento de ionômero de vidro foi misturado a concentrações variadas de clorexidina. O limite foi 20% de clorexidina por peso do cimento. Os resultados demonstraram que, nessa concentração, houve uma liberação cumulativa de clorexidina durante 33 dias, em ensaio com saliva artificial. O mesmo foi observado quanto à liberação de flúor.
Para o estudo, uma solução de digluconato de clorexidina e hexametafosfato de sódio foram misturadas e o precipitado deu origem às nanopartículas de hexametafosfato de clorexidina.